Afonso Proença (n. 1469?), Guarda |
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BRASÃO
Brasão
de AFONSO DE PROENÇA (n. 1469?), cavaleiro fidalgo da casa do cardeal-infante
D. Henrique (15-12-1580).
Estas armas ostentam um escudo de campo partido em pala: o 1.º de verde, com uma águia preta bicéfala, armada e membrada de ouro; o 2.º de azul, com cinco flores-de-lis de ouro em aspa, e por diferença uma brica de prata. Elmo de prata aberto guarnecido de ouro, paquife de ouro verde e azul, e por timbre meia águia dos peitos para cima; com todas as honras e privilégios de fidalgo por descender da geração e linhagem dos Proença. Estas armas foram dadas em Évora a 20-IX-1536, registadas na Chancelaria de D. João III, liv. 22, fl. 120 v.
Genealogia de
Afonso de Proença (1469?)
AFONSO DE PROENÇA (n. 1469?), presume-se ter nascido por volta de
1469, ficando a dever a sua protecção ao cardeal-infante e depois rei D.
Henrique (1512-1580) de cuja casa foi cavaleiro
fidalgo, no desempenho de diversos cargos de mordomo, aposentador,
assim como meirinho das rendas dos coutos de Alcobaça
em 1538, como consta por vários documentos arquivados na Torre do Tombo[1].
A sua Carta de Brasão de Armas, muitíssimo
parca em informações genealógicas, apenas refere que é filho de D. CATARINA PROENÇA.
Ao que parece esta foi casada com ANTÃO LUÍS, como se infere da C.B.A. que
foram atribuídas ao seu sobrinho Belchior, tendo havido quebra de varonia na
linhagem dos Proença, como se verá a seguir.
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Foi provavelmente tio de BELCHIOR DE PROENÇA (c. 1542)[2], escudeiro fidalgo do cardeal-infante D.
Henrique (1512-1580), e guarda-roupa do
príncipe do Piemonte[3], o
qual também obteve uma Carta de Brasão de Armas de sucessão composto de um
escudo de campo partido em pala: o 1.º de verde com uma águia de preto bicéfala
arrmada de oiro; o 2.º de azul com cinco flores-de-lis de oiro em aspa, e por
diferença um trifólio de oiro picado de vermelho. Elmo de prata aberto
guarnecido de oiro, paquife de oiro e azul, e por timbre meia águia dos peitos
para cima, de uma cabeça; com todas as honras e
privilégios de fidalgo por descender da geração e linhagem dos Proença[4]. Armas dadas em Lisboa a 19-VII-1542,
registadas na Chancelaria de D. João III, liv. 32, fl. 64.
Guarda, Sé. |
O apelido PROENÇA, de origem toponímica,
foi provavelmente tomado de Proença-a-Velha no distrito de Castelo Branco,
localidade esta que poderá ter tirado este nome da Provença – província romana da Occitania, no sul de
França –, provável origem de alguns dos seus povoadores que lhe teriam dado
este nome em lembrança da sua origem geográfica, ao tempo da Reconquista
cristã.
Esta família da Beira passou à cidade de São Paulo, no Brasil, onde ocupou diversos cargos na governação. Destes destacaram-se Paulo Proença (c. 1530) cidadão da Guarda, e de António Proença (c. 1540) cidadão de Belmonte e moço de câmara do Infante D. Luís que foi senhor de Belmonte, os quais ocuparam diversos cargos na governação do Brasil, espalharam com sucesso a sua descendência por toda esta colónia.
Notas:
[1]
ANTT, Corpo Cronológico, Parte I, mç.
61, n.º 20, mç. 63, n.º 72,
[2] BELCHIOR, em alguns documentos consultados, por erro, aparece grafado MELCHIOR. Sobre o enigma deste parentesco veja: SOVERAL, Manuel Abranches Sobral, Ensaio sobre a origem dos Proença, Porto, 2010, p. 12. Disponível em: http://www.soveral.info/mas/Proenca.pdf Acesso: 2018-11-14
[3] Em Portugal o guarda-roupa era um
cargo honorífico subordinado ao mordomo-mor, geralmente atribuído à nobreza,
com funções de responsabilidade pela conservação das roupas d’el-Rei, e de
apoio e cooperação directa com pleno acesso aos seus aposentos privados.
[4] BAENA, Visconde Sanches de, Archivo
Heraldico-genealogico, Lisboa, Typografia Universal, 1872, p.102.
[6] SOVERAL,
ibid.
[7]
DIOGO LOPES DE SOUSA (c. 1440), foi 1.º
senhor de Miranda do Corvo, Mordomo-mor da Casa Real (18-11-1471), Senhor da
Casa de Sousa, do Conselho dos reis D. Afonso V, D. João II e D. Manuel I,
Alcaide-mor de Arronches, e Senhor do Julgado do Eixo.