2010-05-23

Lourenço Barreiros de Oliveira (c. 1642) - Aldeia Nova do Cabo, Fundão.

Lourenço Barreiros de Oliveira (c. 1642)

    
                    Forma:         Escudo terciado em pala: o 1.º e o 2.º, em conjunto, de PROENÇA – tendo
                                         a 1.ª partição de verde com uma águia bicéfala de preto, armada e membrada
                                         de ouro, e a 2.ª de azul, com 5 flores-de-lis de ouro postas em sautor:
                                         o 3.º de OLIVEIRA – em campo vermelho, com uma oliveira de verde,
                                         arrancada de prata e frutada de ouro.
                    Diferença:   Um coxim de ouro.
                    Local:          Conhecido documentalmente. Data: 30-XII-1642.


LOURENÇO BARREIROS DE OLIVEIRA (c. 1642), de Aldeia Nova do Cabo, Fundão, teve Carta de Brasão de Armas com escudo terciado em pala, de PROENÇA e OLIVEIRA, e por Diferença um coxim de ouro.
Este brasão, concedido a 30-XII-1642, foi registado no Cartório da Nobreza, livro 2, fl. 38.
Difere do que está na fachada da Casa do Morgado de São Nicolau, em Alcongosta, pela disposição por ordem inversa das armas dos Proenças e dos Oliveiras mas, e no caso da diferença que ostenta, esta é um coxim igual ao da casa de Alcongosta.

Era filho legítimo de D. ANA DA CUNHA DE OLIVEIRA (c. 1572), prima inteira de António Rodrigues de Oliveira e de Miguel Rodrigues de Oliveira, e de seu marido MIGUEL RODRIGUES BARREIROS DE OLIVEIRA, com o qual casou por volta de 1572, todos do lugar de Aldeia Nova do Cabo.

Era neto materno de DIOGO PAIS DA CUNHA, cavaleiro da Casa d’El Rei D. João III, ao qual o Cabido da Sé de Viseu emprazou a Quinta do Outeiro em Aldeia Nova do Cabo, casado com D. ANA DE OLIVEIRA E PROENÇA (filha de Gaspar Proença), moradores no lugar do Freixial, termo de Aldeia Nova do Cabo[1].

Casou a 7-IX-1608 em Aldeia de Joanes, Fundão, com D. INÊS FERNANDES ROL, tendo por testemunhas António Barreiros, Bartolomeu Afonso e Diogo Barreiros.
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Notas:

[1]   MACHADO, José de Sousa, Brasões inéditos, 1906, p. 128; e BORREGO, Nuno Gonçalo Pereira, Cartas de Brasão de Armas, p. 281) 

2010-05-15

António Rodrigues de Oliveira (c. 1630) – Aldeia Nova do Cabo, Fundão

António Rodrigues de Oliveira (c 1630)

                   
                    Forma:      Escudo esquartelado: o 1.º de OLIVEIRA – em campo vermelho, com uma
                                      oliveira de verde, arrancada de prata e frutada de ouro; o 2.º de CUNHA – de
                                      ouro, com 9 cunhas de azul em 3 palas; o 3.º de PROENÇAS – partido em
                                      pala, a 1.ª partição de verde com uma águia bicéfala de preto, armada e
                                      membrada de ouro, e  2.ª, de azul, com 5 flores-de-lis de ouro postas em sautor;
                                      o 4.º de SILVA – de prata, com um leão rampante de púrpura, armado de azul.
                    Local:       Conhecido por citação de outras cartas de brasão de armas.
                    Data:        1630.


ANTÓNIO RODRIGUES DE OLIVEIRA E CUNHA (f. 1655), obteve Carta de Brasão de Armas em 1630, segundo refere o genealogista Manuel Rosado Marques Camões e Vasconcelos[1]. Apesar deste autor não indicar a fonte da sua informação, esta merece-nos credibilidade, até porque em cartas de brasão de familiares seus ele é mencionado como tendo tido brasão de armas. O seu escudo de armas esquartelado de OLIVEIRA, CUNHA, PROENÇA, e SILVA, é um dos muitos que no concelho do Fundão apenas são conhecidos documentalmente. Ignora-se a existência das respectivas pedras de armas, assim como o local da sua habitação.

Segundo o mesmo autor era filho de MIGUEL RODRIGUES BARREIROS e de sua mulher D. ANA DA CUNHA DE OLIVEIRA, filha herdeira dotada por seu pai e tia; neto paterno de MIGUEL RODRIGUES BARREIROS (c. 1571), familiar do Santo Ofício por carta de 9-X-1571; e neto materno de GASPAR PROENÇA (filho de Pedro de Oliveira) e de sua mulher D. ANA DA CUNHA.
Sucedeu na Casa dos seus pais e foi fidalgo da Casa Real, tendo falecido a 30-IV-1655.

Casou com D. BEATRIZ FIGUEIRA CASTELO BRANCO, filha de Pedro Figueira Castelo Branco e de sua mulher D. Maria Rodrigues, todos de Aldeia Nova do Cabo.

Do seu casamento teve, entre outros, uma filha e um filho que tiveram algum relevo social e deixaram rasto na história local: a filha era CATARINA DE OLIVEIRA E CUNHA, casada com JOÃO DE SÃO NICOLAU DA FONSECA (1624-1692), morgado de São Nicolau, em Alcongosta, onde possuía o solar conhecido pela Casa do Morgado de São Nicolau, armoriado com um escudo terciado em pala com as armas dos OLIVEIRAS e PROENÇAS, tendo por diferença um cochim; o filho foi o licenciado padre MIGUEL DE OLIVEIRA E CUNHA (f. 1696), que instituiu o Morgado de São Miguel no Fundão (1686?), com sede na capela do mesmo nome, anexa ao seu solar situado no largo da igreja matriz do Fundão – erradamente atribuído a D. Luís de Brito Homem (1748-1817), bispo do Maranhão (1802), por este aí ter nascido –, com a sua pedra de armas esquartelada de CUNHAS, OLIVEIRA, e PROENÇA, tendo por timbre um chapéu eclesiástico do qual pendem dois cordões de seis borlas.

A família Oliveira e Cunha teve ainda como uma das suas moradas a Casa do Outeiro de Cima, em Aldeia Nova do Cabo, a qual, mais tarde por sucessão familiar passou à posse dos Aragão Vasconcelos, dos quais uma herdeira veio a unir-se por casamento aos Trigueiros Martel, família a que actualmente pertence.

As armas dos SILVAS, no 4.º quartel (de prata, com um leão rampante de púrpura, armado de azul), referem-se a uma das mais antigas e nobilitadas famílias de Aldeia Nova do Cabo, oriunda do reino de Leão, com uma das suas origens em Diogo Gomes da Silva, alferes-mor de D. João I que foi um dos heróis de Aljubarrota, casado com Isabel Vasques de Sousa, terceira neta de D. Afonso II. Deste casal descende D. Frei Diogo da Silva (1485-1541), religioso franciscano influente na Corte de D. João III, o qual o indigitou para «Inquisidor do Reino de Portugal e seus domínios», pela Bula do Papa Clemente VII expedida a 17-XII-1531, cargo que não quis ocupar, sendo então nomeado para bispo de Ceuta (1534-1539) e arcebispo de Braga (1539-1541) . Foi D. Diogo que solicitou ao Rei a edificação do Convento de Nossa Senhora do Seixo (1522), junto à Quinta do Outeiro em Aldeia Nova do Cabo, onde nasceu. Este religioso era um dos vários filhos naturais de João Gomes da Silva (o 3.º deste nome), capelão do Infante D. Fernando (1492), comendador de Marmeleiro (Guarda) e Reigada (Figueira de Castelo Rodrigo), assim como clavário da Ordem de Cristo , e de Beatriz Barreiros de Oliveira, de Aldeia Nova do Cabo, a qual residiu na citada Quinta do Outeiro. Seu pai era irmão de Rui Gomes da Silva, filho primogénito, donatário da Chamusca e de Ulme, cuja família tinha nesta região, entre vários outros cargos, a alcaiadaria de Alfaiates e Sabugal, assim como a comenda do Castelejo na Ordem de Cristo, que faziam parte do riquíssimo património da ilustre linhagem dos Silvas, uma das mais influentes na hierarquia nobiliária do reino e nas ordens militares (Cristo e Santiago), estando presentes nos momentos principais da vida politica e militar da nossa historia desde os princípios do século XV até aos meados do século XVI .
 O sarcófago de pedra, ostentando três cruzes de Cristo gravadas, actualmente situado junto à escadaria que dá acesso à igreja de São Pedro de Aldeia de Joanes, segundo a tradição oral, terá sido o túmulo do citado Comendador João Gomes da Silva.

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Notas:

[1]   Manuel Rosado Marques Camões e Vasconcelos, Oliveiras e Cunhas da Casa do Outeiro Termo do Fundão, v. 1, Lisboa, 1962, pp. 42-45)






         


2010-05-04

António Teodoro Ferreira Taborda de Azevedo Freire (c. 1818) - Monsanto, Alcaide, e Atalaia

António Teodoro Ferreira Taborda de Azevedo Freire
(c. 1818)


                     Forma:       Escudo esquartelado: o 1º de AZEVEDO – em campo de ouro com uma
                                        águia de negro estendida; o 2.º de FREIRE – de verde, com uma banda de
                                        vermelho, perfilada de ouro e abocada por duas cabeças de serpe do
                                        mesmo metal; o 3.º de FERREIRA – de vermelho, com quatro faixas de ouro;
                                        e o 4.º de TABORDA – de vermelho, com cinco cadernas de crescentes de
                                        ouro dispostas em sautor.
                     Local:        Conhecido documentalmente.
                     Data:          16-X-1818




ANTÓNIO TEODORO FERREIRA TABORDA DE AZEVEDO FREIRE (c.1818), foi capitão-mor da praça de Monsanto, e descendia de famílias de Penamacor e do concelho Fundão.
Segundo a sua carta de brasão de armas, era filho de JOSÉ MANUEL DE AZEVEDO FREIRE, sargento-mor da referida de praça de Monsanto, e de D. ANTÓNIA MARIA XAVIER TABORDA GRANDE, irmã do coronel de milícias João Xavier Taborda Pignatelli, do tenente coronel Miguel António Ferreira Taborda, e do sargento-mor de Infantaria Francisco Xavier Ferreira Taborda, os quais eram fidalgos conhecidos. 

Teve brasão de armas com escudo esquartelado de AZEVEDO, FREIRE, FERREIRA, e TABORDA, passado a 16-Out.-1818, registado no Cartório da Nobreza (L. VIII, fl. 12v), apenas conhecido documentalmente[1], ignorando-se a existência de qualquer pedra de armas que lhe corresponda.

Pelo lado paterno, era neto de ESTEVÃO VAZ DE AZEVEDO FREIRE e de INÊS FREIRE ROBALO; bisneto de LOURENÇO VAZ FREIRE e de MARIA DE AZEVEDO, todos naturais de Penamacor.

Pelo lado materno descendia da notabilíssima linhagem dos Tabordas das Beiras, pois era neto de ANTÓNIO TEODORO FERREIRA TABORDA, capitão de infantaria, fidalgo de solar conhecido e senhor dos morgados do Alcaide, Lomba (Sabugal?), e Atalaia; bisneto de JOÃO FERREIRA TABORDA, sargento-mor e governador da praça de Penamacor, administrador dos morgados anteriormente citados, e de sua mulher e prima BRITES MARIA TABORDA, filha de FRANCISCO TABORDA que serviu distintamente na Guerra da Aclamação e em Mazagão, tendo falecido no exercício do cargo de governador da praça de Almeida, o qual por sua vez era descendente de VASCO PAIS CARDOSO, alcaide-mor de Trancoso, senhor de Moreira; terceiro neto de ANTÓNIO FERREIA TABORDA, moço-fidalgo do rei D. Afonso VI, nono senhor da quinta, solar, e casa forte de Antão Alves, assim como quinto administrados dos morgados Alcaide e da Lomba, e de sua mulher ISABEL LEITÃO DA CUNHA AGUIAR, legítima descendente de PEDRO LEITÃO e de PEDRO FEIO; quarto neto de MARIA TABORDA, filha primogénita de SALVADOR TABORDA, e de sua mulher ISABEL LOPES DE ELVAS.

Pela citada carta de brasão de armas ficamos a saber que o armigerado, entre inúmeras figuras notáveis dos seus avoengos, era oitavo neto de SIMÃO FREIRE (c. 1573), fidalgo Casa Real e primeiro capitão-mor de Castelo Novo em 1573; décimo primeiro neto de ANTÃO ALVES FERREIRA, fundador da fortificada e murada Quinta de Antão Alves, que deu origem ao Solar de Antão Álves, e de sua mulher FRANCISCA SOTTO-MAIOR, a qual era filha de D. PEDRO SOTTO-MAIOR, senhor da Torre dos Namorados (junto à actual freguesia de Vale de Prazeres), duas antiquíssimas propriedades que desde tempos remotos andam envoltas em mistérios e lendas que a tradição conservou até aos nossos dias[2]; décimo sexto neto de ESTÊVÃO PIRES DE FERREIRA, instituidor do morgado e Casa de Cavaleiros, no Minho, cuja posse veio cair na família dos Marqueses de Marialva e dos Condes de Cavaleiros.

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Notas:

[1]   SANCHES DE BAENA, Visconde, Archivo heraldico-genealogico, 1.ª ed., Lisboa, 1872, pp. 88-92).
[2]   CUNHA, José Germano da, A Torre dos Namorados, Lisboa, 1866; 2.ª edição da Câmara Municipal do Fundão, 200