Forma: Escudo português. Em campo de prata, três faixas
de vermelho.
Timbre: Leitão passante de prata, carregado de um filete
vermelho em faixa.
A família LEITÃO, segundo o grande linhagista Conde D. Pedro ̶ D. Pedro Afonso (1287-1354 ) ̶ , parece proceder de D. GUEDA «O VELHO» (c. 1096?), rico-homem que acompanhou o conde D. Henrique quando este veio tomar posse do Condado Portucalense e era originário de uma grande estirpe de Toledo que procedia do rei visigodo Chindasvinto que reinou de 642-653 e tinha fama de sábio legislador. Deste descendem vários ramos desta família, os quais tomaram diferentes apelidos.
O primeiro que conhecemos foi MARTINS PIRES LEITÃO, fidalgo principal e senhor de Lodares, do morgado de Cidoros e do padroado da Igreja de Santa Marinha no termo de Barcelos (filho de Pedro Martins de Lodares e de sua mulher D. Sancha Pires de Valdomar), casado com D. TERESA RODRIGUES DE URRÔ (f. 1317), da qual teve cinco filhos que propagaram e multiplicaram este apelido até aos nossos dias.
Vários ramos desta família criaram raízes no centro do país, nomeadamente na Beira Interior onde proliferaram com sucesso, deles havendo importantes núcleos de dispersão, a partir de meados do século XVI, na Sertã, em Vila de Rei, em Oleiros, em Pedrógão Grande, na Idanha-a-Nova, em São Vicente da Beira, em Castelo Novo, terras onde instituíram diversos morgados. São, em toda a Cova da Beira, um apelido muito generalizado devido à sua grande antiguidade.
Destes destacamos um AFONSO VAZ LEITÃO, 5.º neto do anteriormente mencionado MARTINS PIRES LEITÃO (séc. XIV) de Lodares, que foi cavaleiro de D. João I e alcaide-mor de Idanha-a-Nova, do qual se desconhece o nome da sua mulher que lhe deu quatro filhos que serviram os reis D. João I e D. Duarte, e continuaram o apelido. A sua descendência serviu nos ofícios de Alcaide, Escrivão da Câmara e na Alfandega de Idanha-a-Nova onde viveram. Estes viriam a ligar-se às mais ilustres famílias da Beira Interior, tais como: os Sousa Refóios, antepassados da Casa da Graciosa (Idanha-a-Nova); à Casa da Borralha, que tem a varonia dos Leitão, descendentes de MARTINS PIRES LEITÃO (Borralha, Sertã e São Vicente da Beira); à Casa Tudela Castilho (Praça Velha, Fundão); à Casa Feio de Andrade (Largo da Igreja, Fundão), à Casa dos Brito Homem (Alpedrinha); aos Taborda (Fundão e Alpedrinha); à Casa dos Alvaiázere (Aldeia Nova do Cabo); aos Caldeira (Alpedrinha); à Casa do Morgado de São Nicolau (Alcongosta); á Casa dos Leitões, de Silvestre Fernandes Leitão (Castelo Novo); à dos Achiolli da Fonseca (Oledo e Castelo Branco), e dos Trigueiros Frazão (Salgueiro e Quintãs), entre muitas outras da Beira Interior.
Fomos encontrar uma vergôntea do ramo da Idanha-a-Nova fixada em São Vicente da Beira: é PEDRO LEITÃO neto do já mencionado AFONSO VAZ LEITÃO que serviu em África os reis D. Afonso V e D. João II, pelo que teve a comenda de São Vicente da Beira e foi casado com D. CATARINA GONÇALVES da qual teve seis filhos. Parte
desta descendência veio a espalhar-se pelas diversas aldeias do então concelho de
São Vicente da Beira, no qual se incluía em épocas recuadas grande parte da
actual Cova da Beira onde este apelido se tornou dos mais comuns devido à sua
antiguidade.
O filho primogénito deste casal foi BARTOLOMEU VAZ LEITÃO foi casado com D. ISABEL FERNANDES MAGRO, da qual teve: GASPAR VAZ LEITÃO, prior em São Vicente da Beira; CRISTÓVÃO VAZ MAGRO; FAGUNDA VAZ LEITÃO; e D. CATARINA VAZ LEITÃO, da Soalheira. Hipoteticamente poderá estar neste ramo o antepassado da família LEITÃO do Souto da Casa, concelho do Fundão, a qual usou por mais de uma vez o nome de baptismo Bartolomeu.
O filho primogénito deste casal foi BARTOLOMEU VAZ LEITÃO foi casado com D. ISABEL FERNANDES MAGRO, da qual teve: GASPAR VAZ LEITÃO, prior em São Vicente da Beira; CRISTÓVÃO VAZ MAGRO; FAGUNDA VAZ LEITÃO; e D. CATARINA VAZ LEITÃO, da Soalheira. Hipoteticamente poderá estar neste ramo o antepassado da família LEITÃO do Souto da Casa, concelho do Fundão, a qual usou por mais de uma vez o nome de baptismo Bartolomeu.
Tal como os aparentemente muito comuns apelidos dos PROENÇA, e dos OLIVEIRA, o apelido LEITÃO e o sangue herdado de D. GUEDA «O VELHO», companheiro de armas do Conde D. Henrique, continua a circular nas veias de grande parte da população da Beira.
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