2010-09-04

Francisco Camilo Geraldes Leitão de Melo Cajado (n. 1777) – Sepultura, Igreja Matriz de Aldeia Nova do Cabo.

Igreja Matriz de Aldeia Nova do Cabo,
porta lateral do lado Nascente. 

Igreja Matriz de Aldeia Nova do Cabo.



















  

Junto à porta lateral do lado Nascente da Igreja Matriz de Aldeia Nova do Cabo, encontram-se quatro lajes sepulcrais, duas delas armoriadas com brasões de ilustres filhos desta freguesia.
A quarta sepultura a contar da esquerda apresenta um brasão muito danificado pelo desgaste e pelo tempo, no qual ainda é visível o seu escudo esquartelado de GERALDES, LEITÃO, MELO e COUTINHO. Assente sobre ele consegue-se decifrar a existência de um elmo, encimado pelo timbre dos GERALDES. Do timbre sai um paquife que abraça o escudo. A diferença não é visível devido ao grande desgaste.

FRANCISCO CAMILO GERALDES LEITÃO DE MELO CAJADO (n. 1777) que nasceu a 15-VII-1777 em Idanha-a-Nova, e residiu em Aldeia Nova do Cabo onde terá falecido. Sem geração.
Fez justificação da sua nobreza e obteve brasão de armas, esquartelado de GERALDES, LEITÃO, MELO e COUTINHO; Elmo de prata aberto e guarnecido de ouro; Timbre de Geraldes; por Diferença uma brica de azul com uma lua de prata. Estas Armas foram concedidas no reinado de D. Maria I, por Carta datada de 23-IX-1786, e registadas no Cartório da Nobreza, «Livro de Registo de Brasões de Armas», N.º 3, Fls. 239.

Carta de Brasão de Armas de 1786,
de Francisco Camilo Geraldes Leitão de Melo Cajado (n. 1777).


BRASÃO
                    Forma:       Escudo esquartelado; o 1.º de GERALDES (ou GIRALDES), de prata com
                                       um leão negro coroado de ouro; o 2.º de LEITÃO, de prata com três faixas
                                       de vermelho; o 3.º de MELO, de vermelho com seis besantes de prata entre
                                       um dobre-cruz e bordadura de ouro; e o 3,º de COUTINHO, de ouro com
                                       cinco estrelas de cinco raios de vermelho, postas em sautor.
                    Elmo:         De prata aberto e guarnecido de ouro.
                    Paquife:     dos metais e cores das armas.
                    Diferença:  Uma brica de azul com uma lua de prata.
                    Timbre:      Dos Geraldes, que é um leão de prata. 
                    Local:         Exterior da Igreja Matriz de Aldeia Nova do Cabo, numa pedra tumular situada
                                       defronte da porta lateral virada a Nascente.
                    Data:          23-IX-1786, por Carta de D. Maria, registada no «Livro de Registo de Brasões
                                       de Armas», N.º 3, Fls. 239.


Carta de Brasão de Armas de Francisco Camilo,
datada de 1786 (pormenor).
Sepultura de Francisco Camilo, situada junto à
porta lateral da Igr. Matriz de Aldeia Nova do Cabo.











DADOS GENEALÓGICOS 
FRANCISCO CAMILO GERALDES LEITÃO DE MELO CAJADO (n. 1777), nasceu a 15-VII-1777 em Idanha-a-Nova. Era filho de BARTOLOMEU JOSÉ DA CRUZ CAJADO (c. 1775), sargento-mor e capitão-mor das Ordenanças de Idanha-a-Nova, cidade onde casou a 26-I-1775 na Capela de Nossa Senhora do Rosário com sua mulher D. ISABEL ANGÉLICA GERALDES DE MELO LEITÃO (n. 1746), nascida a 19-II-1746 em Idanha-a-Nova.

Sepultura de Francisco Camilo
na porta lateral da Igreja Matriz
de Aldeia Nova do Cabo.
(pormenor)
Pelo lado paterno era neto de MANUEL GONÇALVES DA CRUZ, natural de S. Miguel de Ácha, concelho de Idanha-a-Nova, e de D. CATARINA GONÇALVES, de Idanha-a-Nova; e bisneto paterno de BRÁS SOARES CORREIA, natural da Vela, concelho da Guarda, casado com BRÍGIDA DE SÃO JOSÉ, natural de Famalicão, concelho da Guarda, residentes em Aldeia Nova do Cabo.

Pelo lado materno era neto de MANUEL SOARES CORREIA (c. 1725), nascido na Aldeia do Mato, concelho da Covilhã, juiz de Fora de Penamacor por Carta de 12-IX-1725, capitão-mor Fundão (?), casado a 1-IX-1734 em Idanha-a-Nova com D. ISABEL JOAQUINA DE MELO GERALDES LEITÃO (n. 1709), nascida a 2-XII-1709 em Idanha-a-Nova, filha de MANUEL GERALDES LEITÃO (c. 1715), sargento-mor e descendente dos morgados dos Geraldes que deram origem à Casa da Graciosa em Idanha-a-Nova, e de sua mulher D. MARIA MARQUES DA CRUZ E MELO (n. 1680), baptizada a 11-IV-1640 em Idanha-a-Nova, a qual por sua vez era filha de BARTOLOMEU AFONSO DA CRUZ, juiz da Alfândega de Idanha-a-Nova por Alvará de 20-IX-1668, cidade onde casou a 7-VI-1769 com sua mulher D. ISABEL DE MELO COUTINHO DE EÇA (n. 1656), baptizada a 4-VIII-1656. Esta última era filha de BALTAZAR DE MELO DE EÇA COUTINHO, capitão de Infantaria, moço-fidalgo da Casa Real (Alvará de 16-II-1639), morador no seu solar da Quinta de Darei, concelho de Mangualde, comarca de Viseu, casado nas segundas núpcias de D. CATARINA MARQUES, de Idanha-a-Nova(?); filho de LUÍS DE MELO COUTINHO, neto de MANUEL DE MELO COUTINHO, bisneto de DIOGO SOARES DE MELO, todos eles fidalgos da Casa Real.


Tendo FRANCISCO CAMILO falecido sem geração, recai a sua sucessão genealógica na descendência da sua única irmã: 
  
Solar da Quinta de Darei (Melo Coutinho de Eça).
D. MARIA MARGARIDA GERALDES LEITÃO DE MELO CAJADO (n. 1777), nascida a 27-XI-1775 em Idanha-a-Nova, onde casou a 1-XII-1805 com seu sobrinho FRANCISCO ANTÓNIO DE PAULA GERALDES DE MELO COUTINHO (c. 1805), nascido em Aldeia Nova do Cabo, Fundão, sextos avós do autor destas notas.
Seu marido era:
Filho de MANUEL ANTÓNIO GERALDES LEITÃO COUTINHO DE MELO (n. 1766), nascido a 28-IV-1766 em Aldeia Nova do Cabo, Fundão, e de sua mulher D. ANGÉLICA LEOCÁDIA DE OLIVEIRA FONSECA COUTINHO BOTELHO, natural de Penamacor.
Neto paterno de RODRIGO XAVIER SOARES CORREIA DE MELO e de sua mulher D. JOANA DE OLIVEIRA MONTEIRO; bisneto paterno de MANUEL SOARES CORREIA, e de sua mulher D. ISABEL JOAQUINA DE MELO GERALDES LEITÃO (n. 1709).
Neto materno de JOÃO DE OLIVEIRA DA FONSECA, alferes de Granadeiros, e de sua mulher D. CECÍLIA LIBERATA BOTELHO COUTINHO, natural da freguesia da Misarela, concelho da Guarda. 
 
 
  
Aldeia Nova do Cabo, Casa do Calvário,
(Trigueiros Pinto da Silva)
D. MARIA MARGARIDA e FRANCISCO ANTÓNIO DE PAULA, herdaram dos seus antepassados casas em Aldeia Nova do Cabo, junto à Capela do Calvário (São Francisco), uma delas de esquina e alpendrada que ainda está na posse dos seus descendentes (Trigueiros Pinto da Silva) e tiveram geração que chegou aos nossos dias, a qual não cabe expor nestas breves notas.


Os descendentes deste casal estão na origem de muitas famílias da Beira Interior, entre as quais se destacam os MELO GERALDES, MELO SANCHES, MELO GOULÃO, TORRES CAMPOS, LEÃO DE MEIRELES, PINTO DA SILVA (no concelho de Idanha-a-Nova e Castelo Branco), assim como os TRIGUEIROS LEITÃO e os CASTRO SERRA (no concelho do Fundão).


2 comentários:

  1. Eu sou Geraldes da parte do meu pai...o meu pai é de Castelo Branco e a minha ãvó mãe do meu pai é da Idanha a Nova....

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  2. Os Geraldes (Giraldes), estão documentalmente referenciados na Beira Interior desde 1458, data em que o Desembargador Afonso Giraldes instituiu um morgado com esse nome em Idanha-a-Nova. Deve haver milhares de descendentes dos Giraldes do século XV.

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