Praça do Município / antigo Largo do Terreiro
Fundão, Praça do Município, 2.º quartel do Séc. XX. |
A antiga casa
que foi sucessivamente habitada pelas famílias SÃO PEDRO, GONÇALVES CARROLO e VAZ
FERREIRA, há muito desaparecida do centro da antiga vila do Fundão, fazia parte
da memória colectiva desta terra, a qual aqui iremos partilhar.
Casa São Pedro, Gonçalves Carrolo, e Vaz Ferreira. |
Destas
famílias, e das suas ligações colaterais, descende uma significativa parte da população
fundanense.
Bastante
antiga e de arquitectura singela, como a maior parte das casas típicas que outrora
aqui existiam, pertenceu a uma família laboriosa de artesãos, agricultores e
comerciantes; actividades estas que constituíam a base da subsistência da maior
parte da população que habitava esta terra há muitas gerações e tinha origem,
em grande parte, na comunidade judaica foragida de Castela e aqui radicada nos
finais do século XV[1].
Este
edifício, procedente de um outro datado do início do século XVIII (?), apresentava
uma planta quadrangular de três pisos: os dois primeiros aparentemente mais
antigos, aos quais foi acrescentado um terceiro piso de tabique nos meados do século
XIX para acompanhar o crescimento em altura das restantes casas edificadas ao
seu redor. Tinha um rés-do-chão que provavelmente foi inicialmente destinado ao
aprovisionamento dos abastecimentos agrícolas, como casa semi-rural que seria
aquando da sua primitiva fundação. Este piso térreo, acabou por receber
estabelecimentos comerciais de aluguer já no século XX. No primeiro andar esteve instalada,
entre outras, a Associação Comercial e Industrial do Fundão (1924-1930)[2].
Real Fábrica de Panos do Fundão (1764), futuros Paços do Concelho. |
Situada de frente
para os Paços do Concelho, ao antigo Terreiro
(actual Praça do Município), fazia esquina com a Rua 5 de Outubro onde estava
a sua fachada principal com a respectiva porta de acesso à escadaria que levava
aos pisos superiores[3].
Esta orientação da entrada, que privilegiava esta rua, indiciava ser uma
construção antiga, edificada quando o Terreiro
ainda não tinha a importância actual.
Foi talvez edificada na primeira metade de
Setecentos, ao tempo em que o Terreiro
(hoje Praça do Município) era um arrabalde que começou a ser apropriado
pelo espaço urbano, no qual viria a ser edificada a Real Fábrica de Panos do Fundão (1764), cujo edifício, muito mais tarde, deu origem aos Paços do Conselho
(actual Câmara Municipal) com a sua cadeia anexa.
Actual Câmara Municipal do Fundão, (antiga fábrica de lanifícios). |
Este novo espaço
– o Terreiro – ganharia a importância de centro cívico, à volta do qual viriam
a instalar-se algumas famílias com posses, construindo casas de cérceas mais
altas.
Uma destas foi a dos Dias Preto Osório (morgados de Peroviseu e Chãos)[4],
que aí tinham uma vasto logradouro agrícola delimitado a Norte pela posteriormente
designada Rua dos 3 Lagares, assim como, mais acima, a grande casa da família
de D. Miguel Vaz Guedes de Ataíde Malafaia, senhores da Casa do Arco em Vila
Real, cuja casa no Fundão, com o seu grande reduto, sofreu alterações para receber
o quartel do Regimento de Cavalaria n.º 8 (1832-1834)[5], e mais tarde veio a pertencer ao descendente de Joaquim Navarro de Paiva
Andrade, cujo filho, o conselheiro José Navarro Pereira de Andrade (1844-1930)[6],
a reedificou numa configuração apalaçada que ficou incompleta como indicia a
falta de simetria na fachada principal. Tendo este falecido em 1931, sem
herdeiros directos, a mesma casa veio a ser adquirida por D. Emília Maia
Figueira, que lhe conferiu a designação de Casa
dos Maias.
♦
Centro Cívico do Fundão / Pç. do Município. |
Quanto à
casa em apreço, desconhecemos os fundadores. Apenas sabemos que por meados de
Oitocentos estava na posse da família SÃO PEDRO, originária do Fundão mas com
parentela estabelecida em Penamacor, os quais eram José da Costa São Pedro
(1821?-1884), aí casado a 26-X-1754 nas segundas núpcias de D. Narcisa Emília
Robalo da Cunha (1787?-1893), grandes proprietários rurais, os quais faleceram
sem geração. Sabemos, por um inventário orfanológico de 1885, que este casal possuía
60 propriedades em Penamacor, e o ramo fundanense desta família, encabeçado
pelo padre António da Costa São Pedro (f. 1885), aqui tinha 35 propriedade que
incluíam, provavelmente a casa dos São Pedro, várias modestas casas de aluguer e
algumas propriedades rústicas, entre as quais a Quinta do Vale situada a Norte
da actual Av. Eugénio de Andrade (hoje urbanizada)[7].
Edifício implantado no local da Casa São Pedro e da Capela de São Gonçalo. |
Sem
herdeiros directos, já no segundo quartel do século XX, parte dos bens deste
padre, incluindo a Casa dos São Pedro, passaram para uma sobrinha materna
de apelido CARROLO SÃO PEDRO, a qual casou com um tal VAZ FERREIRA, originário
da freguesia do Peso, concelho da Covilhã.
A casa foi
demolida em meados do terceiro quartel do século XX, juntamente com uma pequena
e enigmática casa contígua que em tempos recuados era a capela de SÃO GONÇALO, e
agora estava transformada em casa de habitação, aumentada de mais um piso.
Ambas foram expropriadas para utilidade pública já no último quartel do século
XX, e substituídas pelo edifício actual que foi edificado para sede da Caixa
Geral de Depósitos. Esta instituição bancária acabaria, poucos anos depois, por
ser transferida para uma outra edificação localizada numa outra esquina da
mesma Praça do Município com a Rua dos 3 Lagares[8],
num terreno que pertencera aos morgados
de Peroviseu.
A instalação
ao Terreiro da Real Fábrica de Panos (1755/1764-1821), que acabou por ser privatizada
e posteriormente encerrada (1834), conferiu alguma importância a este arrabalde
da vila. O primitivo edifício desta fábrica pombalina, de arquitectura bastante
elegante para uma instalação fabril, acabaria por ser posteriormente aproveitando
para aí instalar os Paços do Concelho, cujo edifício veio a sofrer alterações arquitectónicas
(1819)[9],
acabando aumentada de mais um piso já no início do século XX (1916) –, conferindo
uma grande centralidade e importância e este espaço urbano.
♦
CAPELA DE
SÃO GONÇALO
A capela de
SÃO GONÇALO (Séc. XVIII?), situada à ilharga desta casa, de frente para os
Paços do Concelho, foi, segundo a tradição, mandada edificar pela proeminente família
Vaz de Carvalho / Vaz Preto que teve vários indivíduos com o nome de GONÇALO, daí a denominação do seu orago.
Há memória de ter servido de culto aos reclusos do presídio fundanense, então localizado
nos fundos dos Paços do Conselho que lhe ficavam defronte, para que estes aí pudessem
ouvir missa aos domingos e dias santos[10].
A tradição
refere que este pequeno templo foi incendiado e destruída pela invasão dos franceses que assolaram
sucessivamente o Fundão em 1810, 1811, e 1812[11],
onde fizeram muitas mortes, saques e destruição, provocando um período de fome
e de grande declínio na região.
Capela de São Gonçalo (casa) e Casa São Pedro. |
Este último
ano, em Abril de 1812, foi certamente o mais trágico para esta vila, quer em
destruição de património, quer em perda de vidas provocadas pelos invasores
franceses.
Os assentos
de óbito desta paróquia, num curto espaço de tempo, registam mais de uma dezena
de mortes provocadas pelos agressores, assim como várias vítimas da miséria e
da fome, e de diversas moléstias e febres; quase todas elas sepultadas no então cemitério do adro da
Igreja Matriz.
Num registo
de óbito datado de 3-IV-1812, o cura desta paróquia refere um indivíduo que “morreu de miséria e fome”, assim como,
no mesmo ano, muitos outros falecimentos por “moléstia” e “febre”; a
maioria dos quais de crianças e adolescentes. Só neste último ano, mais de uma
dezena de habitantes do Fundão foram mortos pelos franceses, dos quais se destaca uma criança de 10 anos, de nome
Joana, que “achou-se queimada na ajuda da
Senhora da Conceição” (capela), incendiada pelos franceses a 15-IV-1812 –
tal a barbárie que assolou esta localidade em Abril de 1812.
Juntamente com a capela da Senhora da
Conceição, supomos que também foi incendiada em Abril de 1812? a capela de São
Gonçalo, e a casa contígua a esta – que veio a dar origem à casa em apreço –, hipoteticamente
na posse da família VAZ de CARVALHO que era a proprietária da citada capela.
Devido à destruição sofrida, este pequeno templo acabou posteriormente por ser
desafectada ao culto e convertida em casa de habitação, já completamente
alterada e aumentada de mais um piso, na qual ainda eram visíveis os cunhais de
cantaria original.
A então desaparecida
capela de São Gonçalo, terá sido edificada por iniciativa de um servidor do rei
D. João V, o desembargador do paço JOSÉ
VAZ DE CARVALHO (c.1675-1752), nascido em Seia
quando seu pai aí ocupava o cargo de Juiz
de Fora, senhor do morgado de São Miguel de Acha no concelho de Idanha-a-Nova, familiar do Santo Oficio (1696), fidalgo da Casa Real
e cavaleiro da Ordem de Cristo.
O citado desembargador
sempre demonstrou grande apreço
pelo Fundão, terra da origem de sua mãe D. Inês Falcão de Carvalho (c. 1650), onde
tinha um grande solar sito à Rua da Cale – que veio a ser adquirido pela
família Macedo. Foi nesta pequena terra de província que iniciou a sua carreira de magistrado como juiz dos
Órfãos, ascendendo a muitos outros cargos do maior relevo que não cabe aqui
referir, tendo diligenciado
a elevação desta povoação à categoria
de Vila, assim como criação do respectivo
Concelho, emancipando-o do da Covilhã (diploma de 23-XII-1746 e carta de
confirmação de 10-V-1747).
Era casado
com D. CONSTANÇA ANTÓNIA DA SILVEIRA (c. 1680)[12],
natural de Lisboa, da qual sabemos que teve um filho de nome GONÇALO DA
SILVEIRA PRETO (c. 1715), natural de Lisboa, fidalgo da Casa Real.
Com a edificação
deste orago – caso tenha sido ele o edificador – terá pretendido homenagear a
memória de seu pai GONÇALO VAZ PRETO (n. 1643) que lhe impulsionou a carreira, o
qual foi juiz de fora de Seia e corregedor
da cidade da Guarda, nascido a
23-XI-1643 na então vila de São Miguel de Acha que à data era sede de concelho,
tendo casado com D. INÊS FALCÃO DE CARVALHO (c. 1650), natural do Fundão. Sabemos
que a 7-V-1707 tinha tomado posse de uma capela de bens vinculados com o
encargo de 18 missas por ano, como consta por uma nota num livro manuscrito
iniciado em 1557, o qual regista as capelas com bens vinculados existentes no
Fundão[13].
Era neto
paterno de outro GONÇALO
VAZ, natural da Lousa, Castelo Branco, que fez construir o castelo da Vila de
São Miguel de Acha (onde existe uma inscrição gravada em pedra que diz “Governador Gonçalo Vaz: 1663”) e aí
casou com D. SUSANA FERNANDES PRETO, filha de Gaspar Domingues do Couto e de
sua mulher D. Susana Fernandes Preto[14].
Não
enjeitamos a possibilidade da citada capela, e a casa contígua que veio a dar
origem à morada dos SÃO PEDRO, terem feito parte de um conjunto que pertenceu
aos Vaz de Carvalho / Vaz Preto, quando esta zona ainda era um arrabalde quase rural
próximo de vários casais ou quintas.
Capela de São Sebastião, da família Vaz de Carvalho, na periferia. |
Uma outra
capela fundanense, a de São Sebastião, de fundação muito antiga (século XVII?),
encontrava-se completamente arruinada quando foi reedificada (1735) a expensas
do desembargador do Paço José Vaz de Carvalho, e posteriormente foi atribuída a
esta família (1772), ostenta uma pedra de armas com o escudo esquartelado de:
1.º - VAZ; 2.º - CARVALHO; 3.º - OLIVEIRA; e 4.º - FALCÃO.
Esta pedra
de armas, sobre o seu portal, está desproporcionada em relação aos restantes
elementos arquitectónicos da fachada, o que denota ter vindo de outro local,
talvez até da destruída capela de São Gonçalo que foi desta família.
No Museu Arqueológico
do Fundão, existe ainda outra pedra de armas da mesma família que, segundo a
tradição, saiu da casa que que estes tiveram na rua da Cale.
♦
GENEALOGIA:
§ 1
SÃO PEDRO
1. JOSÉ DA
COSTA SÃO PEDRO (1792?-1851), proprietário, filho de Tomé da Costa, e de D. Joana
Bárbara, ambos naturais do Fundão.
Nasceu por
volta de 1792 e residiu na Casa São Pedro,
sita à Rua dos Casados (actual Rua 5 de Outubro).
Faleceu a
19-VII-1851 no Fundão, aos 59 anos de idade, vitimado por “moléstia gástrica”, e foi a sepultar no cemitério de São Francisco.
Deixou um “Testamento de mão comum”
com sua mulher Ana, no qual “confessa ser
Cristão Católico” e expressa a sua vontade de serem rezadas 206 missas
distribuídas por sua alma e da sua mulher, dos seus parentes falecidos e, ainda,
“pelas Irmandades de que sou Irmão”[15].
Sabemos ter sido benemérito do Hospital de Santo António em Penamacor, ao qual
legou 200$000 réis[16], assim
como contribuiu com um pequeno donativo de 480 réis no âmbito de uma subscrição
pública promovida para ajudar a custear o equipamento do Batalhão de Voluntários Realistas da Covilhã e Fundão (1830-32)[17],
afecto à causa legitimista do rei D. Miguel I (1828-1834).
Por altura
das invasões francesas que fizeram uma
grande destruição e morticínio no Fundão (1810-1812), aí casou a 2-VI-1811 com
D. ANA BÁRBARA, filha de Rodrigo dos Santos e de D. Brites Maria, naturais do
Fundão, onde eram proprietários. Este casamento, certamente feito na maior
descrição e à pressa, devido à constante intranquilidade provocada pela guerra,
teve por testemunhas o padre José Joaquim Rebordão e o padre José Martins.
Ambos os pais da noiva já eram falecidos, assim com o pai do noivo.
Filhos
conhecidos:
2.1. Padre ANTÓNIO DA COSTA SÃO PEDRO (f. 1885), proprietário em
Penamacor e no Fundão. Foi pároco na Igreja de
Santiago de Juncais (1857), concelho de Fornos de Algodres, e na Igreja de São
Pedro do Alcaide (1867-1885), concelho do Fundão, freguesia que deixou de
paroquiar em Janeiro de 1885.
Faleceu a 19-II-1885 na
casa da sua cunhada D. Narcisa Emília Robalo da Cunha (f. 1893), em Penamacor,
a qual foi inventariante e cabeça de casal no inventário de menores para avaliação dos bens do “casal do Padre António S. Pedro”
(2-III-1885)[18].
Deixou os seus bens aos sobrinhos
maternos, ainda menores, filhos do seu irmão Manuel Gonçalves Carrolo
(1829?-1892) e de D. Maria Cândida da Costa São Pedro (n. 1852?), residentes no
Fundão.
2.2. D. ANA
BÁRBARA DA COSTA SÃO PEDRO (1815?-1886), falecida a 27-II-1886 na Rua da Praça
Velha da então vila do Fundão com 71 anos de idade. Casou com JOSÉ TAVARES
SALVADO, do qual não teve geração.
2.3. D. MARIA CÂNDIDA DA COSTA SÃO PEDRO (1816?-1892),
falecida a 1-III-1892 no Fundão, quando contava 76 anos de idade. Casou com
MANUEL ALMEIDA FAZENDEIRO, proprietário, do qual não teve geração.
2.4. D. TERESA
(n. 1819), nascida a 7-I-1819 no Fundão onde foi baptizada a 24-I-1819 pelo
padre José Joaquim, apadrinhada por José Francisco Taborda e D. Teresa
Joaquina, e tendo por testemunhas o
tesoureiro Manuel dos Santos Augusto Oliveira e Amaro da Cunha.
2.5. JOSÉ DA
COSTA SÃO PEDRO (1821?-1884), homónimo de seu pai, proprietário, natural do
Fundão e residente em Penamacor onde faleceu a 5-XII-1884 na Rua da
Misericórdia n.º 9, sem testamento e sem filhos, quando contava 63 anos de
idade, tendo recebido sepultura no cemitério público.
Casou a
26-X-1754 na Igreja Matriz de Penamacor, nas segundas núpcias de D. NARCISA
EMÍLIA ROBALO DA CUNHA (1787?-1893), daí natural, já viúva de José Bernardo
Taborda, que foi estudante da Universidade de Coimbra (1838), tendo por
testemunhas o Doutor António Joaquim
Pinheiro e José Pereira de Macedo.
Era filha de Manuel Robalo da Cunha e de D. Ana Augusta Rapoula, e faleceu a
23-I-1893 na Rua da Misericórdia em Penamacor, aos 106 anos de idade, já viúva,
com testamento e sem filhos, recebendo sepultura no cemitério público.
Foram
herdeiros das 60 propriedades que estes possuíam em Penamacor, entre muitas
outras pessoas, parentes do primeiro marido de D. Narcisa Emília, tais como: 1.
– António Manuel Ferreira Taborda Pignatelli, natural da Aldeia João Pires,
Penamacor, casado com D. Maria Columbina de Sousa Leitão (n. 1837), e filhos; 2.
– Maria Lúcia Taborda; 3. – Maria Cândida Ferreira Taborda, casada nas suas
primeiras núpcias de António Augusto de Sousa, natural de Monsanto,
Idanha-a-Nova, do qual teve duas filhas herdeiras que foram Maria Lúcia (de 11
anos), e Maria isabel (de 14 anos).
2.6. D. JOANA
BÁRBARA, natural do Fundão. Casou com ANTÓNIO FRANCISCO DUARTE, natural do
Fundão, filho de José Amaro, natural do Fundão, e de sua mulher D. Isabel
Joaquina, natural da Soalheira.
Filha:
3.1 D. AMÁLIA NARCISA (n. 1856), nascida a
6-XI-1856 no Fundão, e logo baptizada por
necessidade pelo reverendo José da Silva Delgado [Leitão][19],
e no dia 5-I-1857 foram-lhe impostos os Santos
Óleos pelo seu tio materno o reverendo
António da Costa São Pedro, acto este que foi testemunhado pelo reverendo
Joaquim Ribeiro da Franca, e José Maria Sarafana (de Atalaia do Campo).
§ 2
GONÇALVES CARROLO
quais uma bisneta – Maria da Piedade Carrolo São Pedro (1882-1965) – veio a
ser herdeira da casa.
Filho:
2. JOSÉ GONÇALVES ESTRELADO, ou CARROLO, que
segue.
2. JOSÉ
GONÇALVES ESTRELADO, ou CARROLO[21],
jornaleiro, natural de Freixial dos Potes, concelho do Fundão, segundo se
declara no assento de baptismo da sua sobrinha-neta Maria Teresa
(b.14-IV-1867), ao arrepio do que se menciona noutros assentos posteriores dos
seus descendentes.
Casou a 26-XII-1821 com D. MARIA DE ANDRADE, (1791?-1871),
natural do Fundão, falecida a 15-II-1871 na Rua de Santo António (actual Rua
José Germano da Cunha), com cerca de 80 anos de idade, e sepultada no alpendre
da Capela de Santo António; filha de António Andrade e Maria de Andrade,
naturais do Fundão. Foram testemunhas deste casamento Francisco António de
Andrade e o padre José António Martins.
Filhos:
3.1. MANUEL
GONÇALVES CARROLO (n. 1829?-1892), que segue abaixo.
3.2. JOSÉ
GONÇALVES CARROLO (c. 1848), homónimo de seu pai. Casou a 26-VIII-1848 no
Fundão com D. RITA MARIA (f. 1854), viúva de António da Fonseca Nabinho, falecida
a 18-III-1854, filha de Manuel Gonçalves e de D. Maria Ribeira Correia.
Filho:
4.1. FRANCISCO
GONÇALVES (c. 1854). Casou a 12-VII-1854 no Fundão com D. MARIA DOS PASSOS,
filha de Luís de Morais e de D. Maria Joaquina da Silva, todos naturais do
Fundão, tendo por testemunhas José Januário de Morais, e José Maria da Fonseca
Pinto.
3.3. ANA MARIA
ANDRADE (c. 1850). Casou “na presença das
Testemunhas e de outro muito Povo” a 15-XII-1850 no Fundão com JOAQUIM
BAPTISTA RUSSO, filho de Joaquim António Russo e de Maria dos Santos.
3.4. FRANCISCO
GONÇALVES CARROLO (c. 1853), ferreiro de profissão. Casou “na presença das Testemunhas, e de outro muito Povo” a 13-I-1853 no
Fundão com D. HENRIQUETA EUGÉNIA, filha de José Duarte Russo e de D. Teresa
Maria de Jesus, todos naturais do Fundão. Foram testemunhas deste casamento o
Dr. Albano Geraldes da Cunha Taborda Leitão, e Manuel Tavares Cardona Rodrigues
de Carvalho.
Filha.
4. D. MARIA
TERESA (n. 1867), nascida a 16-II-1867, baptizada em casa por necessidade a
22-II-1867, a qual recebeu os Santos Óleos a 14-IV-1867 na Igreja Paroquial de
São Martinho do Fundão.
3. MANUEL
GONÇALVES CARROLO (1829?-1892), carpinteiro de profissão, nascido por volta do
ano de 1829 no Fundão (?). Faleceu repentinamente a 30-V-1892, “às onze horas da manhã, numa fazenda sita
aos Prados”, no limite do Fundão, quando contava 65 anos de idade, deixando
6 filhos vivos, alguns de menor idade que iriam enfrentar dificuldades, as
quais só foram minoradas com a herança que lhes coube pela morte do seu tio
materno, o padre ANTÓNIO DA COSTA SÃO PEDRO (f. 1885), falecido em Penamacor.
Casou a
27-II-1867 no Fundão, quando contava 37 anos de idade, com D. MARIA CÂNDIDA DA
COSTA SÃO PEDRO (n. 1852?)[22], de 15 de
idade anos, com licença do Juiz dos Órfãos (sentença de 15-I-1867), natural do
Fundão onde residia na Rua da Cale; filha de Lourenço José Tavares Bimba[23],
e de sua mulher D. Antónia das Dores São Pedro, ambos naturais do Fundão e moradores
à Rua da Cale. Foram padrinhos deste casamento José Tavares Salvado,
proprietário, que foi casado com D. Ana Bárbara da Costa São Pedro (f. 1886), e
António de Brito.
Filhos (9):
4.1. ANA
(1868-1868), nascida a 4-X-1868 e baptizada a 8.XI-1868 na Igreja Paroquial de
São Martinho do Fundão, cidade onde faleceu a 19-XI-1868 com a idade de “um mês e quinze dias”.
4.2. D.
HENRIQUETA (1869-1959), nascida a 29-XII-1869 e baptizada a 8-XI-1868 no Fundão.
Foi uma das herdeiras de seu tio materno o padre António da Costa São Pedro (f.
1885) quando contava cerca de 15 anos de idade. Casou na Covilhã com (…) MORAIS
CANAVEIRA, neto do artista covilhanense Manuel Morais da Silva Ramos
(1806-1872) – O Manuel do Convento, como ficou conhecido por ter adquirido as casas do antigo Convento de Santo António da Covilhã –, cidade onde faleceu a 15-X-1959 na freguesia de
Santa Maria.
Filha:
6. D. GABRIELA, a que ficou demente e não
casou.
4.3. JOSÉ
MANUEL (n. 1872), nascido a 17-XII-1872 e baptizado a 30-XII-1872 no Fundão.
Terá falecido de pouca idade.
4.4. ANTÓNIO MARIA
(1875-1946), nascida a 18-IV-1875 e baptizada a 24-VII-1875 no Fundão. Foi um
dos herdeiros de seu tio materno o padre António da Costa São Pedro (f. 1885)
quando contava cerca de 10 anos de idade.
4.5. MARIA
JOSÉ (1878-1879), 1.ª deste nome, nascida a 11-I-1878 e baptizada a 23-II-1878
no Fundão, tendo falecido de poucos meses de idade a 19-IX-1879.
4.6. D. MARIA
JOSÉ (n. 1880), 2.ª deste nome, nascida a 20-II-1880 no Fundão e aí baptizada a
26-IV-1880 Foi uma das herdeiras de seu tio materno o padre
António da Costa São Pedro (f. 1885) quando contava cerca de 5 anos de idade.
4.7. D. MARIA
DA PIEDADE CARROLO SÃO PEDRO (1882-1965), 2.º deste nome. Foi uma das herdeiras
de seu tio materno o padre António da Costa São Pedro (f. 1885) quando contava
cerca de 3 anos de idade. Veio a herdar, mais tarde, a Casa São Pedro.
Vai abaixo no § 3 – VAZ FERREIRA.
4.8. FRANCISCO (n. 1884), nascido a 22-IX-1884 e
baptizado a 13-XII-1884 no Fundão. Faleceu a 28-I-1945, com testamento. Foi um
dos herdeiros de seu tio materno o padre António da Costa São Pedro (f. 1885)
quando contava cerca de 8 meses de idade
4.9. HERMÍNIO (1887-1932), nascido a 26-VIII-1887
e baptizado a 20-X-1887 na igreja paroquial de São Martinho do Fundão, onde veio
a falecer a 27-VI-1932. Casou a 31-XII-1923 no Fundão com D. ANA NUNES DAS
NEVES.
§ 3
VAZ FERREIRA
5.. D. MARIA DA
PIEDADE CARROLO SÃO PEDRO (1882-1965)[24],
2.º deste nome (§ 2, 5.7), herdeira da «Casa São Pedro» no Fundão. Era uma das
9 filhas e filhos de Manuel Gonçalves Carrolo (1829?-1892), carpinteiro,
nascido por volta do ano de 1829 (?) no Fundão, e falecido repentinamente a
30-V-1892, “às onze horas da manhã, numa
fazenda sita aos Prados”, no limite do Fundão, quando contava 65 anos de
idade, e de sua mulher D. Maria Cândida da Costa São Pedro (n. 1852?)[25];
casados a 27-II-1867 no Fundão, quando ele contava 37 anos de idade, e ela 15
anos.
Nasceu a
10-VIII-1882 na Rua da Cale no Fundão, cidade onde foi baptizada a
1-XI-1882 na Igreja Paroquial de São Martinho. Faleceu a 7-XII-1965 na citada
cidade, onde residiu na Praça do Município e na Quinta do Vale.
Manuel Vaz Ferreira (1886-1951) e Maria da Piedade Carrolo São Pedro (1882-1965); Fundão, 1912. |
Foi uma
das co-herdeira dos bens de seu tio materno o padre António da Costa São Pedro
(f. 1885) quando contava cerca de 3 anos de idade, dos quais não constava a Casa
São Pedro que, segundo a tradição corrente entre os seus filhos, não foi
herdada directamente do referido padre, mas de Jerónima São Pedro, sua parente
em grau que desconhecemos e à qual chamava tia.
Casou a
3-X-1912 na Igreja Paroquial de São Martinho do Fundão com MANUEL VAZ FERREIRA
(1886-1951), comerciante, nascido a 10-XI-1886 e baptizado a 7-XII-1886 na
Igreja de Santa Maria Madalena da freguesia do Peso, concelho da Covilhã, cujo
casamento foi apadrinhado por José Martins e por sua mulher Piedade do
Nascimento Amorim. Faleceu a 7-X-1951 no Fundão, em cujo cemitério público foi
sepultado.
Seu marido
era filho de MANUEL JOAQUIM VAZ (1833-1924), falecido a 20-XII-1924 no Fundão,
e de sua mulher D. RUFINA FERREIRA, ambos naturais da freguesia do Peso; neto
paterno de JOAQUIM VAZ DE CARVALHO (n. 1799),[26] nascido a 1-III-1799 no lugar do Pesinho, anexo
a Alcaria, concelho do Fundão, casado a 11-VIII-1822 na freguesia do Peso, concelho
da Covilhã, com D. JERÓNIMA VALENTE (n. 1802), nascida a 8-VI-1802 na freguesia
do Peso.
D. JERÓNIMA VALENTE (n. 1802), juntamente com mais 7
irmãos, era filha de MANUEL ÁLVARES VALENTE (n. 1746), nascido a 2-IX-1746 no
Peso, concelho da Covilhã, onde casou a 12-XI-1772(?) com D. ISABEL MARIA (n.
1765), nascida a 21-II-1765 no Dominguizo, concelho da Covilhã.
MANUEL ÁLVARES VALENTE (n.
1746) era filho de JOSÉ ANTUNES e de D. MARIA MANUEL; neto paterno de DOMINGUES
DUARTE e D. CATARINA ANTUNES; e neto materno de MANUEL ÁLVARES VALENTE e de D.
ISABEL DUARTE, todos eles naturais do Peso.
D. ISABEL MARIA (n. 1765) era filha de JOSÉ
FRANCISCO, natural da Póvoa Dão, freguesia de Silgueiros, concelho de Viseu,
casado a 25-VII-1748 no Dominguizo com D. MARIA FERNANDES MATEUS (n. 1727),
nascida a 4-I-1727 no Dominguizo, ambos “tidos e havidos como Cristãos Velhos”,
como se menciona no assento de casamento; neta paterna de FRANCISCO PAIS e de D.
FRANCISCA ANTUNES; bisneta paterna de outro FRANCISCO PAIS e de D. CATARINA
ANTÓNIO, todos da Póvoa Dão; e bisneta materna de ANTÓNIO ANTUNES e de sua
mulher D. MARIA FRANCISCA, todos da mencionada freguesia de Póvoa Dão. Pelo
lado materno era neta de MATEUS FERNANDES, natural do Pesinho, e D. MARIA
ESTEVES, natural da freguesia do Ferro, no concelho da Covilhã; bisneta paterna
de ANTÓNIO FERNANDES, natural do lugar do Pesinho, Alcaria, concelho do Fundão,
e de D. MARIA PIRES, natural da freguesia de Cortes do Meio, concelho da
Covilhã; e bisneta materna de DOMINGUES ESTEVES GIRALDO e de D. MARIA ESTEVES
SERRANO, ambos naturais do Ferro.
Filhos (8):
6.1. JOSÉ SÃO
PEDRO FERREIRA (1913-1989), nascido em 1913 no Fundão, e falecido em 1989 em
Lisboa, funcionário de uma companhia de construção e reparação naval em
Cacilhas, no concelho de Almada. Residiu na Trafaria, no concelho de Almada, e
em Lisboa. Casou com D. ESTELA DE CARVALHO SANTOS (n. 1913). Tiveram, duas
filhas e um filho, o qual representa a linha varonil dos VAZ FERREIRA.
6.2. D.
JOAQUINA DA COSTA SÃO PEDRO (f. 1999), nascida no Fundão, e falecida em 1999 em
Queluz, no concelho de Sintra. Casou com MANUEL DA SILVA BARROSO, funcionário
de um laboratório farmacêutico em Queluz. Tiveram uma filha, casada, com
geração.
6.3. D.
ANTÓNIA SÃO PEDRO FERREIRA (1916-1940), nascida em 1916 no Fundão, e falecida
prematuramente em 1940 em consequência de uma epidemia de gripe, solteira.
6.4. D. ANA
VAZ FERREIRA (1917-2010), nascida em 1917 no Fundão, onde em 2010 veio a
falecer. Casou com JOAQUIM MONTEIRO TRIGUEIROS LEITÃO (1918-1974), funcionário
de uma instituição bancaria, nascido em 1918 em Lisboa, onde residiu, e
falecido no Fundão em 1974. Tiveram um filho.
6.5. MANUEL
SÃO PEDRO FERREIRA, comerciante na freguesia do Rossio ao Sul do Tejo, concelho
de Abrantes. Casou com D. DIAMANTINA MARTINS (f. 2010). Tiveram duas filhas,
ambas casadas, com geração.
6.6. D. MARIA
GABRIELA VAZ CARROLO (f. 2016), nascida no Fundão, onde faleceu a 31-I-2016, solteira, sem geração. Exerceu informalmente as funções de parteira, numa
altura em que o Fundão era carente destes serviços, sendo da sua
responsabilidade o nascimento de centenas de crianças do meio rural fundanense que por ela sempre mostrou gratidão.
6.7. D. MARIA CELESTE
CARROLO VAZ (1925-2012), nascida em 1925 no Fundão, onde em 1912 veio a falecer.
Casou com ANTÓNIO JOSÉ LIBERAL (1927-1998), delegado de informação médica e
comerciante, nascido em 1927 em Beja, e falecido em 1998 no Fundão. Tiveram um
filho e uma filha, ambos com geração.
6.8. D. MARIA DA PIEDADE CARROLO FERREIRA (1925-2005),
irmã gémea da anterior, nascida a 6-II-1925 no Fundão, e falecida a 6-VI-2015
na freguesia da Sé de São Pedro em Évora. Casou com ANTERO RESENDE RODRIGUES
(1824-1985), professor e funcionário superior de uma companhia de
telecomunicações aeronáuticas, nascido a 21-V-1924 na freguesia de São Nicolau no
Porto, e falecido a 11-XI-1985 na freguesia de Alvalade em Lisboa. Tiveram dois
filhos, ambos com geração.
___________
Notas:
[1] Como as restantes localidades próximas da
fronteira, o Fundão não escapou a ter sido uma terra de acolhimento para muitos
dos judeus fugidos de Castela devido ao Édito
dos Reis Católicos (31-III-1492). Muitos deles, encurralados em Portugal e
sem possibilidades de partirem para países distantes, foram obrigados à
conversão ao Cristianismo (5-XII-1496), porém continuaram a praticar a sua
religião em segredo. Foi a este laborioso e empreendedor povo errante que o
Fundão ficou a dever muito do seu desenvolvimento demográfico e económico nesta
época (1492-1536).
[2] TRAVASSOS, J. Salvado, Toponímia do
Fundão, Fundão, e.a., 1998, p. 77.
[3] A actual Rua 5 OUTUBRO, ao longo da
história desta casa teve várias designações, algumas delas ao sabor da
conjuntura política do momento. A saber, já foi denominada de Rua da
Corredoura, que inicialmente travessava a todo o comprimento esta localidade
(rua desviada numa povoação para passagem do gado); Rua dos Casados (designação
com o significado união de …); Rua
dos Borracheiros (fabricantes de “borrachos”, odres feitos de pele de cabra
para transporte de azeite e vinho novo); Rua Cardoso Avelino (Ministro da Obras
Públicas em 1876-77).
Quanto à PRAÇA DO MUNICÍPIO, inicialmente
designava-se por Terreiro, o qual
devido ao seu declive se dividia em Terreiro
de Cima (frente à fábrica de panos), e Terreiro
de Baixo (traseiras da fábrica) no qual se fazia o mercado que receberia um
“Telheiro público” por volta de 1782.
[4] A casa dos morgados de Peroviseu pertence actualmente á sua descendente Dr.ª
D. Maria da Graça Rosado Trigueiros de Aragão.
[5] O regimento de Cavalaria n.º8 (1832-1834) esteve
aqui sediado durante a Guerra Civil, ao serviço do rei D. Miguel I e da causa
absolutista. A instalação deste regimento na casa dos Malafaias, não terá sido
estranha ao facto desta família de fidalgos da Casa Real e oficiais de
Cavalaria com origem em Vila Real e ligações matrimoniais no concelho do Fundão
(morgados de São Nicolau em Alcongosta, e morgados de São Miguel no Fundão),
serem todos, como militares, devotados servidores da causa absolutista. As
cavalariças do regimento estavam localizadas ao Terreiro de Baixo, no início da
Rua Conde de Idanha-a-Nova, provavelmente no local onde hoje está situado o
Edifício Acrópole. Com o triunfo do regime liberal em 1834, a maior parte desta
famílias miguelistas do Fundão acabaram por se desfazer do seu património e
demandaram outras paragens onde também tinham grandes casas.
[6] JOSÉ NAVARRO PEREIRA DE ANDRADE (n. 1844),
filho de Joaquim Navarro, foi presidente da Câmara Municipal do Fundão e
administrador do Concelho.
[7] Arquivo
Distrital de Castelo Branco, Inventário
de Menores por óbito do Padre António da Costa S. Pedro, 1835-03-02, n.º
114, cx, 14.
[8] Este
belíssimo
edifício é da autoria do arquitecto modernista Raúl Chorão Ramalho (1914- 2002), natural do
Fundão. No
edifício então desocupado pela Caixa geral de Depósitos foi instalada a
Biblioteca Municipal, q qual acabaria por passar a novas instalações. Actualmente
aqui está sediado um departamento de serviços urbanísticos da C.M.F.
[9] ROSA,
J. Mendes Rosa, História Cronológica do
Fundão (Fundão, C.M.F, 2005), p. 103.
[10] ROSA, J. Mendes, op. cit., C.M.F, 2005), p. 85.
[11] O Fundão esteve sob as operações militares
dos invasores, e das forças contrárias, em 1810, 1811 (2/Fev., e de 25/Fev., a 2/Mar, 6 a 11/Abr,
e 15/Abr.) que foi o pior ano, e em 1812 (10/Abr,) quando fizeram mais de uma
dezena de mortos e incendiaram habitações e capelas.
[12] D. CONSTANÇA
ANTÓNIA DA SILVEIRA (c. 1680) era filha de Manuel da Silveira Araújo e de D.
Antónia Maria de Faria; neta paterna do desembargador António Rodrigues de
Araújo e de sua mulher D. Constança Silveira, ambos naturais de Montemor-o-Novo;
e neta materna do desembargador João Manuel de Faria que era natural da
Chamusca, e de sua mulher D. Margarida de Araújo natural de Montemor-o-Novo.
[13] BIBLIOTECA DO SEMINÁRIO DO FUNDÃO, Livro
das Capelas e nomes dos administradores de S. Martinho do Fundão,
1557, p. f. 46.
[14] GUERRA, Luís Bivar, A Casa da Graciosa, 1965, p. 202
[16] LANDEIRO, José Manuel, O concelho de Penamacor na História, na Tradição e na Lenda
(Penamacor, CMP, 3.ª ed., 1988), p. 71.
[17] O Batalhão de
Voluntários Realistas da Covilhã e Fundão (1830-1832) era comandado pelo
coronel Luís Cândido Tavares Osório que publicou a relação dos subscritores na
«Gazeta de Lisboa» (13-II-1832, pp. 186, 187).
[19] O Padre Dr. José da Silva Delgado Leitão (f.
1862) foi ordenado sacerdote em 1816, após o que paroquiou a Fatela, no
concelho do Fundão, cargo que abandonou para ir para Coimbra em cuja
Universidade se formou Cânones (1823).
Regressa ao Fundão para ser padre nesta paróquia (1823-1829), acabando aqui por
abraçar a política como Chefe Concelhio
do Partido Legitimista que defendia a causa do rei D. Miguel I de Portugal, o que
lhe valeu grandes dissabores e vexames após o triunfo dos liberais. Foi
provedor da Santa Casa da Misericórdia do Fundão, à qual prestou grandes
serviços. Apesar de ter granjeado grandes inimigos políticos, era respeitado
por grande parte dos seus contemporâneos que lhe admiravam as suas grandes
qualidades intelectuais e humanas.
[20] Dados compilados do assento de casamento de José Gonçalves Estrelado com Maria de
Andrade, realizado a 26-XII-1821 no Fundão.
[21] O apelido CARROLO, usado nas gerações
posteriores, provavelmente provinha de algum antepassado e vem mencionado nos
assentos paroquiais dos seus descendentes. Este apelido, tão comum nas zonas
fronteiriças, era usado por famílias de cristãos-novos, alguns deles ligados à
indústria têxtil. Veja-se o «Processo de Francisco da Silva Carrolo», tecelão,
morador na vila de Chacim, no concelho de Macedo de Cavaleiros, preso em
Coimbra a 26-V-1749 (ANTT, Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, proc. 10624).
[22] Nos assentos de baptismo de alguns dos seus
filhos, aparece com os apelidos «Costa São Pedro».
[23] Um tal António Lourenço Bimba, jornaleiro de
profissão, aparece como padrinho de baptismo de António (n. 1882), nascido a
7-XI-1882 e baptizado a 2-XII-1882 no Fundão, filho de Manuel Joaquim Correia,
ferreiro de profissão, natural de Penamacor, e de sua mulher D. Maria de São
Pedro, a qual, por sua vez, era filha de Venceslau Nunes da Horta e de Rosária
Gonçalves [São Pedro?].
[24] D. Maria da Piedade Carrolo (1882-1965),
também usou os apelidos “São Pedro” que constam dos respectivos assentos de
casamento e de óbito. O falecimento do seu pai quando ainda tinha pouca idade,
e uma prole numerosa de irmãos, levaram a que esta fosse criada por uma senhora
de apelido São Pedro (sua parente, como se infere dos apelidos de sua
avó materna), a que chamava “tia São
Pedro”, a qual viria a falecer solteira e sem herdeiros pelo que lhe deixou
o património que possuía.
[25] Nos assentos de baptismo de alguns dos seus
filhos, aparece com os apelidos «Costa São Pedro».
[26] Joaquim Vaz de Carvalho (n. 1799) era irmão
de António Vaz de Carvalho (n. 1793), o qual casou a 6-V-1819 na freguesia do
Peso com D. Joaquina Duarte (n. 1783).
Os
VAZ, aqui mencionados, provêm de Diogo Vaz que era natural do Paúl, concelho da
Covilhã, casado com D. Ana Rodrigues, natural de Unhais da Serra. Quanto aos
CARVALHO provêm de D. Jacinta Dias de Carvalho (n. 1644), nascida a 1-IX-1644
no lugar Carregal, freguesia de Dornelas do Zêzere, actualmente no concelho de
Pampilhosa da Serra (até 1852 fez parte do concelho do Fundão). Nesta última
data (1852) integrou o extinto concelho de Fajão e, a partir de 1855, passou
para o de Pampilhosa da Serra.