Forma: Escudo terciado em pala: a 1.ª de LEITÃO – em campo de prata,
com três faixas de vermelho; a 2.º de COSTA – em campo vermelho,
com seis costas de prata, postas 2, 2 e 2; o 3.º de PINTO – em campo
de prata, com cinco crescentes de vermelho, postos em sautor.
com seis costas de prata, postas 2, 2 e 2; o 3.º de PINTO – em campo
de prata, com cinco crescentes de vermelho, postos em sautor.
Diferença: Um trifólio de azul.
Local: Castelo Novo, Fundão.
Data: ?-IV-1640.
Local: Castelo Novo, Fundão.
Data: ?-IV-1640.
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MANUEL
ROBERTO LEITÃO (c.1640) obteve um brasão de armas com o escudo partido em três
palas, de LEITÃO, COSTA e PINTO, tendo por Diferença
um trifólio azul.
Foi-lhe concedido a 6-Abril-1640, ainda
na vigência da ocupação filipina, do qual não se conhece a pedra de armas
correspondente, e a sua divulgação ficou a dever-se a José de Sousa Machado na
sua obra «Brasões inéditos» (Braga,
A Folha do Minho, 1906, p. 125),
que dele nos dá o seguinte resumo:
«MANOEL ROBERTO LEITÃO, morador no lugar da
Soalheira, termo da villa de Castello Novo, capitão de Val de Prazeres e
Cortiçada e guarda-mór, filho de Francisco da Costa Pinto e de sua mulher
[A]Polonia Leitão, da vila de Castello Novo; bisneto de António da Costa;
terceiro neto de João Pinto e de Catharina da Costa, que era filha de Luiz da
Costa.
Partido em três palas: LEITÃO, COSTAS e PINTO.
D[iferença] um trifólio azul. B. p. … de
abril de 1640. L. 1.º fl. 460 v.»
O detentor do brasão
O
licenciado MANUEL ROBERTO LEITÃO (f. 1658?), à data da concessão destas armas,
em Abril de 1640, residia na freguesia da Soalheira, então pertencente ao
concelho de Castelo Novo, e actualmente integrada no concelho do Fundão [1].
Soalheira (antiga) |
Foi
capitão da aldeia de Vale de Prazeres e da sua anexa Cortiçada, que após a
restauração (1640) foi uma das maiores e mais populosas freguesias do concelho (então
de Castelo Novo) e veio a ter na parte mais alta do burgo um pequeno castelo,
hoje desaparecido, do qual ficou memória consagrada na toponímia pelos nomes de
Rua do Reduto e Rua da Torre.
A
3-IV-1640 – tal como o seu homónimo avô materno – era “tabelião do público judicial e notas de Castelo Novo”, onde terá
falecido a 7-II-1658[2]. Ao
que parece, nesta família ainda houve outro homónimo que ocupou posteriormente este
cargo em 1664[3].
Era filho de FRANCISCO DA COSTA PINTO, (f. 1639), natural de Torre de Moncorvo, distrito de Bragança, o qual durante muitos anos foi “tabelião do público judicial e notas de Castelo Novo”, terra onde veio a falecer a 28-VIII-1639, e onde casou com D. APOLÓNIA LEITÃO (f. 1668)[4], daí natural e já viúva em 1656[5], tendo falecido a 22-V-1668 em Castelo Novo.
Neto
paterno de JERÓNIMO DA COSTA PINTO, guarda da mata de Roboredo junto a
Moncorvo, rendeiro da almotaçaria de Torre de Moncorvo[6], com
fama de cristão-novo, o qual foi casado com D. ANTÓNIA MANUEL; e neto materno
do homónimo MANUEL ROBERTO LEITÃÕ (c. 1627), também ele tabelião do público judicial e notas de Castelo Novo, e de D.
JULIANA RODRIGUES, natural da freguesia do Ourondo, concelho da Covilhã[7].
♦
Casa do Serrão, Fundão. |
Este era um dos 10 filhos de Gonçalo Serrão de Azevedo (f. 1662), senhor da Casa do Serrão à Rua da Cale, no Fundão, a qual ostenta a sua pedra de armas, um dos mais belos escudos heráldicos desta região, casado com nas suas segundas núpcias com D. Juliana da Costa Pinto (f. 1679)[9].
[2] Cfr. SILVA, Joaquim Candeias da, Concelho do Fundão – História e Arte», Vol. I,(Fundão, CMF, 2002), p. 187.
[3] ANTT, Registo Geral de Mercês, Ordens Militares, liv. 5, f. 241.
[4] APOLÓNIA LEITÃO (f. 1668), da qual há várias homónimas nesta
família, aparece noutros documentos com o nome de APOLÓNIA LEITOA ROBERTA (f.
1668).
[5] A descendência numerosa deste
Francisco da Costa Pinto (f. 1639) e de sua mulher Apolónia Leitão (f. 1668),
entre outros, usou os apelidos Costa Pinto, Costa Leitão, e Leitão Pimentel da
Costa.
[6] Almotacé / almotacel – antigo inspector dos
pesos e medidas que fixava o preço dos géneros.
[7] Cfr. SILVA, Joaquim Candeias da, «Subsídios para o enquadramento
histórico da casa onde se encontra instalado o Museu Arqueológico José
Monteiro», Revista Ebvrobriga, Museu
José Monteiro, n.º 5 (Fundão, 2008), p. 56.
[8] Inventário de bens de Francisco da Costa Pinto. Cfr. ANTT, Feitos
Findos, Inventários post mortem,
Letra F, mç. 102, n.º 3.
[9] GONÇALO SERRÃO DE AZEVEDO (f. 1662), das suas primeiras núpcias com D.
Antónia Rodrigues (f. 1635), teve pelo menos mais 4 filhos. Quanto à sua mulher D.
JULIANA DA COSTA PINTO (f. 1679) conhecemos-lhe vários irmãos: 1.º – Manuel
Roberto Leitão (c. 1627), natural de Castelo Novo, casado com Maria de Matos,
2.º- .António da Costa Leitão (c. 1639), capitão, casado a 15-XI-1639 com D.
Ana Fernandes, então viúva de Gregório Leitão, da qual teve Francisco da Costa
Pimentel que foi ordenado padre; 3.º – D. Ana Leitão da Costa (c. 1633), que
foi madrinha em Castelo Novo em 1633; 4.º – D. Maria (n. 1621), nascida em 1621;
5.º – D. Mariana (n. 1622), nascida em 1622; 6.º – D. Apolónia Leitão Pimentel
da Costa (n. 1624), nascida a 26-X-1624, casada em segundas núpcias a
30-XII-1652 em Castelo Novo com o capitão Luís Freire de Andrade, do qual teve
pelo menos seis filhos; 7.º – D. Isabel (n. 1632), que nasceu em 1632; 8.º – D.
Maria da Costa (c. 1629), casada a 3-IV-1629 com Manuel Antunes de Melo da
Fonseca, do qual teve pelo menos nove filhos. – Obs: parte dos dados desta nota
foram obtidos devido à generosa colaboração do investigador Coronel Manuel da
Silva Rolão, ao qual muito agradecemos.