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2018-11-27

COVILHÃ, BOIDOBRA – Pedra de Armas da Capela de Santa Maria da Estrela


(Família Falcão) 
 
Armas de Falcão (assumidas?)


Brasão de:   FALCÃO. Representado pelo timbre desta família, à revelia das convenções heráldicas.
Forma:          Escudo francês, boleado de bico, e chefe de linhas ligeiramente concavas[1]: Com um falcão, empunhando com o pé direito um bordão de São Tiago, e no bico uma espora, com as correias e respectiva moleta para baixo; no chefe três moletas de esporas de oito pontas[2].   
Local:       Concelho da Covilhã, Boidobra, fachada principal da Capela de N. Sra. da Estrela.
Data:              Séc. XVI (princípio)


Capela de Santa Maria da Boidobra
Esta enigmática pedra de armas está localizada bem acima do portal principal da frontaria da capela de Santa Maria da Estrela, na freguesia da Boidobra, a pouca distância da Covilhã. 
Boidobra, Capela de N. Sra. da Estrela
Por ser um brasão familiar, levanta várias questões quanto à sua interpretação simbólica, origem e localização. Não faz sentido a sua presença, em destaque, num pequeno mosteiro filiado em Santa Maria de Alcobaça, da Ordem de Cister.
A pequena e modesta capela onde se insere esta pedra de armas é hoje um modesto templo, resultante das várias reedificações feitas ao longo da sua existência de mais de sete séculos.
Várias vezes entrou em ruína, sofrendo sucessivas reconstruções que lhe terão adulterado a traça original, da qual, ao certo, apenas subsiste no seu espaço interior o arco que separa a sua nave rectangular, da cabeceira do altar-mor, assim como alguns elementos arquitectónicos que resistiram à ruína a que chegou por diversas vezes.
Primitivamente, contíguas à capela pelo lado Sul, desenvolviam-se as suas várias dependências que não chegaria aos nossos dias, talvez por ser uma «casa mal feita e mal proporcionada» (Cocheril 1970: 573).
Sabemos que esta abadia, com o respectivo oratório, esteve várias vezes arruinada e, por altura da visitação que lhe foi feita pelo abade de Claraval D. Édme de Saulieu na companhia do seu secretário Claude de Bronseval, em Fevereiro de 1533, este constatou que pequena abadia se encontravam «absolutamente arruinadas e perante esta desolação nem parece ter existido aqui, em tempos, um mosteiro». Foi então que o seu abade Fr. Pedro de Aguiar, monge da Alcobaça e seu prior, procedeu a profundas obras de reparação – «…eu fiz a dita Igreja de novo», deixou registado – e colocou um telhado na capela (Cocheril 1970: 573).
A 1-V-1579, pelo Capítulo Geral reunido no Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, devido à sua degradação e à falta de monges, a suas instalações foram encerradas passando então os seus bens e receitas a reverter para Colégio de São Bernardo de Coimbra[3].
Cerca de dois séculos depois, em meados do século XVIII, tendo o mosteiro já desaparecido, ainda existia esta capela então na posse do citado Colégio de São Bernardo, como registou o cura Pedro Barata nas “Memórias Paroquiais de 1758[4].
Cantaria do convento
desaparecido.
Mais tarde, na sequência das lutas liberais, com a desamortização dos bens da Igreja e a extinção das ordens religiosas (decreto de 30-V-1834), os seus bens seriam incorporados na Fazenda Nacional como aconteceu com os seus congéneres.
Posteriormente, o mosteiro, e as suas terras de cultivo, seriam vendidas em hasta pública a particulares ao abrigo Lei de 22-Jun-1866 que procedeu à desamortização das propriedades das câmaras, das paróquias, das confrarias religiosas e demais institutos pios ou de beneficência.
O mosteiro, já não existia e não deixara vestígios, a não ser a sua cantaria de granito abandonada por terra ou reutilizada em diversos muros e edificações ao seu redor.
Quanto à capela, encontrar-se-ia devastada. Por esse facto, os novos proprietários não a terão reaproveitado para fins de apoio agrícola, como sucedeu com a não muito distante capela de São Pedro da Capinha, e muitos outros pequenos templos semelhantes.

 Da ruína da Capela, à reconstrução actual
Boidobra, Capela de N. Sra. da Estrela
Este orago dedicado a Nossa Senhora da Estrela, mesmo na posse de um qualquer particular que o tenha licitado, e certamente em muito mau estado de conservação devido à religiosidade devota do povo da Boidobra terá continuado a servir a romaria anual que em Setembro de cada ano aí se realizava desde tempos imemoriais.  
Desde a segunda metade do século XIX, terá sido reconstruída e reparada várias vezes, como indiciam diversos panos de parede com blocos de granito mais pequenos e juntas muito irregulares. A última destas intervenções, foi a de 2017. 

 Pedra de armas da capela
(família Falcão)
Considerações

Pedra de armas, perfil.
No terço superior da sua frontaria, temos uma enigmática pedra de armas de pequenas dimensões para o espaço onde se insere, mas de irrepreensível factura formal..
Saliente na parede em que se encontra, mostra na parte posterior que está visível, uma superfície ligeiramente convexa e afeiçoada pelo canteiro que a fez. Parece-nos, não ter sido originalmente destinada a ser encastrada numa parede; muito menos em destaque na faxada principal desta capela pertencente a uma destacada ordem religiosa.
A sua tipologia, e as peças móveis carregadas pelo escudo, com alguma segurança remetem-nos para o século XVI (princípio). Pertenceu a alguém da família FALCÃO, apesar de não obedecer ao cânone de representação desta família – que eram 3 bordões de Santiago, e não um falcão, como aqui aparece.
Senão, vejamos:
As armas da família FALCÃO – omitindo as cores e os esmaltes – são 3 bordões de Santiago, postos em pala; tendo por timbre um falcão, com um dos bordões no bico e pé direito. 
No timbre: esporas
(correias e moletas).
No chefe do escudo:
moletas de cavaleiro.
Falcão
As armas representadas no escudo da capela “com um falcão, empunhando com o pé direito um bordão de São Tiago, e no bico uma espora com a respectiva moleta para baixo; no chefe três moletas de esporas de oito pontas”, dizem respeito ao timbre das armas dos FALCÃO. Neste timbre apenas há dois pequenos desvios, irrelevantes, à forma de o representar o timbre desta família: o 1.º é a existência, pendente do bico do falcão, de uma “espora, com as correias e respectiva moleta para baixo”, simbolizando um cavaleiro; o 2.º, no chefe, com o sentido anterior, 3 moletas de espora.
O destinatário destas armas falantes[5], quis aqui deixar muito bem patente o facto, que muito prezava, de ser um cavaleiro.
Desconhecemos qualquer documento ou registo da concessão destas armas, pelo que não enjeitamos a possibilidade de estas serem armas assumidas[6]


Desconhecemos qualquer capela ou igreja de uma qualquer ordem religiosa, ou paroquia, que tenha em destaque na sua fachada uma pedra de armas familiar, a não ser que seja de um religioso.
Sé de Lisboa,
armas de D. Jorge da Costa,
(na torre Norte)
Sé de Lisboa, armas de
D. Jorge da Costa.
Quando há um reconstrutor, ao qual se ficou a dever o seu contributo na reedificação/remodelação de um templo, por vezes é permitida a colocação das suas armas num local mais periférico e discreto, nunca sobre o seu portal principal.
É o que sucede, por exemplo: na Sé de Lisboa onde figura a pedra de armas de fé de D. Jorge da Costa (1406-1508)[7], o “Cardeal de Alpedrinha”, da qual faz parte um escudo com a roda das navalhas alusiva ao martírio de Santa Catarina, foi colocada a grande altura num dos contrafortes da torre situada a Norte por gratidão a este ter custeado as obras da sua conclusão (Mendonça 1991, 28-29); e na Sé da Guarda, onde figuram as armas de D. Pedro Vaz Gavião (f. 1516), bispo da Guarda (1496), com um escudo ostentando cinco gaviões postos em sautor, que foi posto em destaque nas torres que ladeiam a frontaria, e em várias colunatas, em memória das obras que aí mandou fazer, tendo concluído a capela-mor, assim como fechou a abóbada, na qual também colocou as sua armas.
Sé da Guarda, armas de
D. Pedro Vaz Gavião
Sé da Guarda, armas de
D. Pedro Vaz Gavião
Estes dois prelados, ostentam sobre os seus escudos, como lhes compete, um chapéu episcopal com os respectivos cordões de borlas[8]; o que não acontece com armas que estão na fachada da capela de Santa Maria da Estrela, que eram certamente de um secular, como veremos.
Caso as armas da capela da Boidobra fossem de um religioso, um abade por exemplo, teriam um chapéu eclesiástico com o respectivo cordão de borlas, o qual já estava em uso em Portugal desde 1476, como atestam as armas usadas por D. João Galvão, bispo de Coimbra e 1.º conde de Arganil (Seixas 204, 63).
Porém, há imensas capelas privadas com brasões familiares colocados em destaque sobre os seus portais. Estas, muitas vezes, foram cabeças de morgados e serviam de panteão familiar à descendência dos seus fundadores. Tinham bens vinculados, cujo rendimento servia para custear os serviços religiosos – missas – por alma dos seus fundadores[9].
Quase sempre, estas capelas/vínculos eram instituídas dentro das próprias igrejas, ou nos mosteiros, em capelas funerárias próprias sob a invocação de um Santo protector; ou em sepulturas que ficavam privativas da respectiva família fundadora. Nestes casos a família colocava as suas armas nas respectivas capelas, ou sepulturas. Terá sido esta a origem das armas da família FALCÃO, que hoje observamos na fachada da capela aqui em apreço.
A instituição destas capelas era vantajosa para ambas as partes: as famílias aumentavam deste modo o seu prestígio social; quanto às instituições religiosas que as acolhiam, viam o seu património aumentado com os seus rendimentos.
A maioria das igrejas e conventos da região, nomeadamente na cidade da Covilhã, tinham capelas/vínculos com as respectivas sepulturas[10]. O mosteiro da Boidobra, apesar da sua pequenez, certamente não foi excepção a esta regra, e terá acolhido uma ou outra família da região que o escolheram para última morada: quer na sua capela de Nossa Senhora da Estrela, hoje sem vestígios de sepulturas; quer no seu claustro, como também era costume.

Conclusão


Capela de N. Sra. da Estrela
(foto antiga)
Tudo nos leva a concluir que uma capela funerária, ou sepultura, neste pequeno templo, ou no claustro do mosteiro, foi o destino inicial desta pedra de armas, destinada a identificar e a perpetuar a última morada de um FALCÃO, orgulhoso da sua condição de cavaleiro.
As vicissitudes por que passou o mosteiro, levaram à frustração dos seus intentos de encontrar aqui uma morada segura para a eternidade.
A sua sepultura terá sucumbiu perante a ruína deste cenóbio, frustrando-lhe o intento de descanso eterno.
Caso esta sepultura estivesse localizada no claustro, dada a exiguidade da capela, este foi um dos primeiros locais a entrar em ruína. Do claustro, “já não se vislumbra traço”, pois “todo o local foi invadido por árvores”, segundo refere D. Édme de Saulieu, abade de Claraval, quando o visitou a 10-II-1533, ao tempo do seu abade Fr. Pedro de Aguiar.
É natural que este sepulcro não tenha resistido muito tempo, além desta data (1533).
Esta pedra de armas, com a total destruição do mosteiro, ou a ruína da sua capela, terá caído por terra, onde ficou ao abandono.
Uma das muitas reconstruções da capela em finais de Oitocentos, talvez por iniciativa da população local, fez com que este belíssimo monumento heráldico tenha reencontrado um lugar de destaque na sua fachada – salvo, não pela história que representa, mas acima de tudo, pelo seu belo efeito decorativo.

♦ 

O detentor destas armas?
Até agora não foi possível identificar o possuidor deste brasão, alicerçados em provas documentais. A documentação do cartório deste convento é muda sobre este tema.
Não obstante a falta de documentação, podemos tentar saber da existência de algum ramo familiar destes Falcões nos antigos limites deste concelho municipal, o qual, no século XIV, ainda incluía ao seu redor muitos dos municípios que vieram a autonomizar-se posteriormente.
Sucede que, desde a Idade Média, e principalmente a partir dos finais de Quatrocentos, houve nesta região da Covilhã uma família FALCÃO, com algum relevo social.
Estes, vieram a ligar-se a outras famílias de relevo no âmbito regional: falamos dos Tavares, e dos Proença. Estudando as genealogias destas famílias, podemos encontrar algumas ligações com aos Falcões.
Tiveram numerosa descendência por todo o concelho da Covilhã, que então incluía o Fundão (Alcaide, Donas, Castelo Novo, Fatela, etc.), e por toda a região da então Beira Baixa.
Aqui vamos mencionar um dos ramos desta família, o qual está provavelmente relacionado com o destinatário da pedra de armas existente em Santa Maria da Estrela:

FRANCISCO FALCÃO (c.1539), cavaleiro da Ordem de Cristo, o qual teve Carta de Brasão de Armas para FALCÃO, dada a 23-I-1539, cujo teor é o seguinte:
Carta pela qual el-rei D. João III lhe concedeu o seguinte brasão de seus antecessores: Escudo de campo azul e três bordões de prata ferrados e fincados de vermelho, e uma meia brica de oiro, e nela um - F – de preto; elmo de prata aberto guarnecido de ouro, paquife de prata e azul, e por timbre um falcão de sua cor com um dos bordões no bico e com uma das mãos no mesmo; com todas as honras e privilégios de fidalgo por descender da geração e linhagem dos Falcões. – Dada em Lisboa a 23 de janeiro de 1539. Reg. Na Chanc. De D. João III, liv. XXVII, fl. 2. 
Era filho Fernão Falcão, também cavaleiro da Ordem de Cristo, neto de Fernandes de Brito e de sua mulher Isabel Falcão; neto materno de Vicente Anes Falcão, fidalgo muito honrado.
Segundo o genealogista Alão de Morais, terá casado com D. MARIA TAVARES; filha natural de João Tavares (n. 1433), morador na vila da Covilhã a 11-IV-1475, e comendador de Alpedriz (no concelho de Alcobaça) e de São Vicente da Beira na Ordem de Avis, o qual foi legitimado a 12-X-1463 por D. Afonso V[11]; neta de Lopo Dias Tavares (n. 1384?), cavaleiro professo da Ordem de Avis, comendador de Alpedriz e São Vicente da Beira, o qual não podia casar mas teve vários filhos; bisneta de Gonçalo Dias de Proença, que terá vivido em Proença a Velha ou na Covilhã (Soveral, 2010: 4-6).


Encontramos também nesta região uma família SOUSA FALCÃO que, atendendo à cronologia, eventualmente poderá vir a fornecer pistas para identificar o destinatário da pedra de armas da capela da Boidobra.
O primeiro destes:
JOÃO DE SOUSA FALCÃO (c. 1475), do qual há documentação na Torre do Tombo, cujo conteúdo não chegamos a consultar.
Foi fidalgo da Casa Real de D. Afonso V (1432-1481), e de D. Manuel I (1495-1521).
Em 15-I-1475, por concessão de D. Afonso V, obteve “todas as rendas e direitos da cidade da Guarda, e que à sua morte o seu filho mas velho as possa receber”, como ficou registado na Chancelaria de D. Afonso V (liv. 6, f. 2.).

Teve vários filhos, dos quais houve geração com muitos homónimos.

Sabemos ainda da existência de um homónimo destacado cidadão da Covilhã que foi JOÃO DE SOUZA FALCÃO (c. 1640), provedor da Santa Casa da Misericórdia da Covilhã (1635-1636) e procurador da vila da Covilhã às Cortes de 1640.



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Bibliografia:

BLOG “Covilhã – Mosteiro de Santa Maria da Estrela I. Acesso em: 31-VIII-2018. Disponível em http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.com/2011/06/covilha-mosteiro-de-santa-maria-da.html
BRONSEVAL, Frère Claude de (XVI). Peregrinatio Hispanica. Voyage de Dom Èdeme de saulieu, Abbé de Clairvaux, en Espagne et au Portugal (1531-1533) ed. Cocheril, Maur (1970) Paris: PUF.
COCHERIL, Maur (1970). Introduction et notes, in BRONSEVAL, Frère Claude de; Peregrinatio Hispanica. Voyage de Dom Èdeme de saulieu, Abbé de Clairvaux, en Espagne et au Portugal (1531-1533). Paris: PUF.
DIAS, Miguel Nuno Peixoto de, Blog “Covilhã – Subsídios para a sua História”. Disponível em https://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.com/
GAIO, Manuel José da Costa Felgueiras – Nobiliário das famílias ilustres de Portugal, vol. X. Braga: Carvalhos de Basto, 1992.
MARTINS, Ana Maria Tavares (2011). Maceira de Covelliana: da cidade monástica à cidade do homem. Covilhã: Universidade da Beira Interior,
MENDONÇA, Manuela (1991). D. Jorge da Costa Cardeal de Alpedrinha. Lisboa, Colibri, 1991.
SANCHES DE BAENA, Visconde. Archivo heraldico-genealogico. 1.ª ed.  Lisboa, Typographia Universal, 1872.
SEIXAS, Miguel Metelo (2004). Os ornamentos exteriores na Heráldica Eclesiástica. Lisboa, Universidade Lusíada, 2004.
SOVERAL, Manuel Abranches Sobral, Ensaio sobre a origem dos Proença, Porto, 2010, p. 12. Disponível em: http://www.soveral.info/mas/Proenca.pdf  Acesso: 2018-11-14

VICENTE, Maria da Graça (2012). Covilhã medieval, o espaço e as gentes. Lisboa: Colibri História.

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Notas:


[1]     O escudo heráldico ao estilo francês, por vezes com pequenas variantes, foi predominante utilizado no período manuelino.
[2]     As moletas (do francês, mollete), ou rosetas das esporas dos cavaleiros, são regra geral representadas com 6 pontas, tendo um orifício circular no centro. Porém, há famílias que representam as moletas com 8 pontas, como é o caso dos MATELA cujo apelido passaria a METELO, e tinham no timbre “duas esporas de ouro com as rosetas para baixo” (ZUQUETE, Afonso, Armorial Lusitano, pp. 305-306).
[3]     Juntamente com a supressão do Mosteiro de Santamaria da Estrela (Boidobra), também foi extinto o Mosteiro de Santa Maria do Ermelo (Arcos de Valdevez), e o Mosteiro de Tamarães (Ourém), do qual também já não há vestígios.
[4]     ANTT, Memórias paroquiais, Boidobra, vol. 7, nº 31, p. 951 a 954  
[5]     As armas FALANTES, são armas cujas insígnias têm analogia com o apelido da pessoa a que as trazia.
[6]     As armas ASSUMIDAS, não derivam do uso de herança, ou concessão, mas são tomadas por alguém para seu uso, à semelhança do que acontecia no início da Idade Média.
[7]     Um eclesiástico podia compor as sua armas a partir das armas da sua família, do seu cargo, ou da sua fé. O Cardeal de Alpedrinha, sem origem nobre e grande devoto de Santa Catarina, usou armas de fé.
[8]     Quanto ao cordão de borlas: no caso de D. Jorge da Costa, cordão com 15 borlas; quanto a D. Pedro Vaz Gavião, cordão com 6 borlas.
[9]     Os Morgadios, regra geral, eram instituídos – por testamento, escritura, etc. – para perpetuar o apelido e as armas de uma família ilustre ou o nome dos seus fundadores, quase sempre sepultados em capelas familiares à sua custa edificadas, com vários encargos piedosos pelas almas dos antepassados. Temos um morgado quando a maior parte do rendimento dos bens vinculados é destinado ao herdeiro, sendo a parte destinada a obrigações piedosas de um montante muito mais pequeno. Temos uma capela quando os encargos com as obras piedosas absorvem a maior parte do rendimento dos mesmos bens.
[10]   O Convento de São Francisco da Covilhã foi a última morada de ilustres famílias da região. Nele foram sepultados os Castros (com capela própria), os Cabrais, os Cunhas, os Coutinhos, e muitas outras. Em troca de algumas destas sepulturas, eram-lhe doadas propriedades.
[11]   ANTT, Chancelaria de D. Afonso V, Índice dos próprios, L 33.

2018-09-05

Covilhã, Boidobra - CAPELA DE SANTA MARIA DA ESTRELA (Séc. XIII)

Boidobra, Capela de Santa Maria da Estrela.

O Mosteiro de Santa Maria da Estrela foi mandado edificar – ou reconstruir? –  no ano de 1220, num vale ermo situado no sopé da Serra da Estrela, junto ao pequeno povoado da Boidobra, então a 5 Km da Covilhã.
Esta iniciativa ficou a dever-se a Dom Mendo, o Abade do Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão, em Mangualde.
Deste modo, esta comunidade monástica, aqui procurou um regresso às origens da Regra de S. Bento na busca do ascetismo e do trabalho como valor fundamental.
D. Egas Moniz (f. 1146).
Segundo a tradição, pela primeira vez dada à estampa por Fr. Bernardo de Brito (1569-1617) na sua «Crónica de Cister» (Lisboa, 1602), tratou-se de uma refundação, pois, este mosteiro já existia anteriormente num local próximo, encontrando-se na mais completa ruína devido a um incêndio ocorrido na véspera de Natal.
A sua primitiva fundação (1161?) terá ficado a dever-se a Lourenço Viegas “o Espadeiro” (c.1110 - c.1160), alferes-mor do rei D. Afonso Henriques (1129), em cumprimento de um voto do seu já falecido pai D. Egas Moniz (f. 1146) “o Aio” de nosso primeiro rei. Este, de passagem por esta região onde fora em socorro de algumas povoações que os Mouros andavam destruindo, fez uma pausa para aí se entregar ao exercício da caça de porcos-monteses quando foi violentamente atacado por dois Ursos, dos quais se salvou por invocação de Santa Maria.
Em memória deste milagre que lhe salvou a vida, cuja memória desejava perpetuar, aí fundou uma igreja e encomendou a seu filho D. Lourenço a edificação da pequena abadia para cultuar a citada Santa Maria, protectora do reino de Portugal. A esta anexou, para sustento dos monges, algumas herdades que tinha na região[1]. 
Este mosteiro, filiado no de Santa Maria de Alcobaça da Ordem de Cister, dos beneditinos reformados, também foi conhecido por Nave da Estrela de Boidobramosteiro de Santa Maria da Covilhã, ou Maceira de Covelliana (Maceira da Covilhã) como aparece designado no testamento do rei D. Afonso III (1271) que lhe deixa 100 libras.
Boidobra, pontão.
Os monges cistercienses, procuravam para assento dos seus conventos os vales férteis nos quais criavam animais e desbravavam a terra de cultivo com as suas mãos, junto a cursos de água abundante. Neste caso, o mosteiro está situado perto de uma pequena ribeira situada a 50 metros da capela, na qual está implantado um tosco pontão de um arco de granito, provavelmente romano ou medieval, sem guardas, nem tabuleiro, a cerca de 200 metros da margem direita do Rio Zêzere.
Tudo isto, longe do bulício urbano para lhes permitir o recolhimento, a oração, e a contemplação divina.
Além das edificações para os poucos monges que a ele se acolheram, dispunha, por doação, várias terras, em grande parte incultas e cobertas de matagal. Estas seriam desbravadas para a cultura de cereais e plantação de vinhedos, uma das riquezas da época.
Boidobra, Quinta. da Abadia.
A sua principal herdade, então de apreciável vastidão para esta região, foi-lhe doada pelo fundador D. Egas Moniz e estendia-se ao redor desta capela, tendo ficado consagrada na toponímia local pelo nome de Quinta da Abadia[2] 
O seu património fundiário acabaria aumentado ao longo do tempo por herdamento e escambo (troca) com outras herdades e casais situados a alguma distância da sua sede, mas com melhor aptidão agrícola. Deste modo, por volta de 1498, tornou-se um importante núcleo produtivo a sul da sede de concelho da Covilhã, com bastantes terras, mas “de mujto pouca Renda[3].
Entre estas, segundo investigação histórica do covilhanense Luiz Fernando de Carvalho Dias[4], incluíam-se algumas herdades e courelas nos termos da Covilhã, Caria, Penamacor, Sortelha, Medelim (Idanha-a-Nova), no Tentilhoso (localização desconhecida no termo da Covilhã), no Ferro, no Tortosendo, na desaparecida Carantonha (povoação que deu origem à freguesia do Telhado, Fundão)[5], e a terça das aldeias da Capinha e da Rapoula «a quall chamam o vall das ovelhas» (Fundão).
Deste património fundiário constavam numerosos pequenos prazos em vidas, dos quais cobravam foro; tais como os prazos da Capinha (Fundão); assim com, em locais mais distantes, os de São Cristóvão de Nogueira (Cinfães) e Ariz (Moimenta da Beira), no Distrito de Viseu[6].
Agricultores, Missal antigo
do Mosteiro de Lorvão.
Os inovadores métodos agrícolas dos monges de Cister contribuíram para o desenvolvimento da agricultura da época. Assim sendo, este mosteiro, apesar do clima adverso desta região com Invernos rigorosos e Verões muito quentes, e dos solos com fraca aptidão agrícola e ainda com matagais por desbravar, acabou por prosperar e «rapidamente assumiu, perante as populações locais, um carácter de senhorio”, originando alguma contestação, nomeadamente sobre as citadas terças que lhes pertenciam e eram disputadas pelo prior da Capinha que indevidamente as recebeu durante muitos anos (Vicente, 2012: 43-48,75, 103-104).
Porém, as suas instalações conventuais, nunca totalmente concluídas, apresentavam muitas carências.
Segundo refere o cronista Fr. Hilário das Chagas, na Carta de Visitação de 11-II-1533, o mosteiro parece um simples ermitério com «Casa mal feita e mal proporcionada em toda a sua feitura.» (Cocheril 1970: 573). 
O abade Pedro de Aguiar (1533), que preferia viver em Alcobaça devido à falta de condições desta abadia, sobre ela referiu que «…segundo sua pobreza se pode mais chamar oratório que mosteiro… e portanto os vizitadores que pellos tempos vierão a este Reino nunca a foram visitar por saberem que era huma casa muito pequena e pobre.» (Cocheril 1970: 573).  Foi este abade que mandou colocar um telhado novo na igreja, mencionando que «…eu fiz a dita Igreja de novo no q. guastey mais de cincoenta mil reis de maneira que nestes dous anos que sou abbade repayrey e fiz mais obra na dita casa do que fizerão os outros abbades meus antecessores enquanto forão abbades pois que estando a igreja tam denificada e pera cair há tanto tempo nunca a mandaram renovar» (Cocheril 1970: 573).
O abade de Claraval D. Édme de Saulieu, na companhia do seu secretário Claude de Bronseval, visitou o Mosteiro de Santa Maria da Estrela a 10-II-1533 e refere o seguinte:

«No dia 10, partimos depois da missa da manhã e descemos um vale de oliveiras. Um pouco mais longe apareceu a vila da Covilhã situada na montanha e rodeada de bosques de castanheiros e de oliveiras, sobre um fundo de altas montanhas a norte cobertas de neve. Seguimos sempre uma ribeira no fundo de um vale inserido numa grande região pouco fértil, até encontrarmos o Zêzere (…). O mosteiro da Estrela encontra-se ao lado numa planície. / Este Mosteiro encontra-se hoje [1533] na diocese da Guarda. Todas as dependências estão absolutamente arruinadas e perante esta desolação nem parece ter existido aqui, em tempos, um mosteiro. / O Abade chamava-se Fr. Pedro de Aguiar. Era monge de Alcobaça e exercia o cargo de prior. Havia dois monges de Alcobaça neste mosteiro: um padre e um converso. Receberam o Monsenhor como ignorantes e a custo foram capazes de o conduzir ao oratório. Não havia cerca. A Igreja é pequena. O abade havia mandado recobri-la dois anos antes. Não havia sacramentos. Quatro bancos dis­postos um aqui e outro ali no presbitério serviam de coro aos monges. Todos os edifícios são contíguos à Igreja e posicionam-se em direcção ao sul. Não se vislumbra traço do claustro: todo o local foi invadido por árvores. / Vejamos o que posso dizer deste mosteiro, para além de que para serviço destes dois irmãos havia quatro mulheres que não sossegaram à nossa chegada, mas que mantinham o local realmente fechado como se fosse a sua própria casa. Elas iam e vinham para todo o lado, perfeitamente acostumadas a proceder dessa forma. / O monge afirma em consciência, ao Monsenhor, que o mosteiro poderia valer 700 000 reis por ano (…). Durante os três meses de Julho, Agosto e Setembro existe, ao que parece, um tal calor que ninguém deseja residir no mosteiro porque a humidade é intolerável. O calor juntamente com a humidade prejudica a saúde dos seus habitantes. Este monge foi aqui enviado, há apenas dois anos. Ele não recitava as horas canónicas no oratório. Eu toquei o sino para as vésperas, que recitamos no presbitério e durante as quais pude observar que este monge fazia bastantes erros na recitação do seu oficio. / No dia 11, Monsenhor celebra a missa à aurora. Em seguida ocupa a Sala do Capítulo onde obriga os dois irmãos a ler e comentar a Carta de visitação e prepara-se para a partida.»  (Bronseval, XVI: 571-573).

As más condições das suas edificações e a sua insalubridade, atestadas por testemunhos coevos[7], levaram á falta de monges que a ele se acolhessem, facto este que levou esta casa à ruína e precipitaram o seu fim. Os conventos covilhanenses de São Francisco (Séc. XIII) e Santo António (1553), eram muito mais atractivos para o despertar das vocações monásticas…
Pedras ao redor da capela,
do Mosteiro desaparecido.
Apesar destas limitações durou pouco mais de duas décadass até lhe ter sido posto fim a 1-V-1579 pelo Capítulo Geral reunido no Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, passando os seus bens e receitas a reverter para Colégio de São Bernardo de Coimbra, então situado na Rua da Sofia da citada cidade[8].
Mais tarde, à data da extinção das ordens religiosas (decreto de 30-V-1834), os seus bens acabariam incorporados nos Próprios da Fazenda Nacional e posteriormente vendidos em hasta pública a particulares. Desconhecemos quem os licitou.
Do desaparecido mosteiro, os únicos vestígios visíveis que restam são algumas pedras de média dimensão que ainda são visíveis em muros que delimitam algumas courelas existentes na cercania da capela.
Quanto ao seu acervo documental, então incorporado no Colégio de São Bernardo de Coimbra, acabaria depositado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo em Lisboa: é o caso do «Livro dos Erdamentos e terras…» (heranças); e o «Tombo dos Bens do Mosteiro de Santa Maria da Covilhã, em Boidobra e Tentilhoso e outras terras», datado de 1456 e feito por Frei Benedito de São Bernardo (1680).



CAPELA DE SANTA MARIA DA ESTRELA
Actualmente, oito séculos depois da fundação deste antiquíssimo Mosteiro, tudo o que dele resta resume-se à pequena e modesta capela de planta rectangular, cuja traça medieval foi completamente adulterada por diversas reconstruções; uma das quais por volta de 1530, por iniciativa do Abade Fr. Pedro de Aguiar que então a encontrou no mais completo declínio.
Ao desleixo, e aos acontecimentos e catástrofes que a levaram várias vezes à ruína este pequeno templo, opôs-se com afinco a população da Boidobra que a terá reconstruído por diversas vezes para preservar a memória da existência da Senhora da Estrela.  
Este pequeno lucal de culto de planta rectangular, tem origem no oratório original do mosteiro, um dos mais antigos do concelho da Covilhã. Nele se venera “uma imagem de pedra, encarnada ao gosto do século XVIII”, na descrição de Luiz Fernando Carvalho Dias[9].










Capela de Sta. Maria da Estrela,
Portal da fachada Sul.




Capela de Sta. Maria da Estrela,
fachada Sul.














 


No seu interior, uma nave única e ampla tem vestígios do arco triunfal de volta perfeita que antecede a capela-mor. Os revestimentos originais, com o respectivo retábulo de talha, há muito desapareceram.
Tem uma cobertura de duas águas e as suas modestas fachadas são de cantaria de granito com um aparelho rústico.

Arco de volta perfeita e retábulo
da capela-mor (ano 2001)
Altar-mor, após a retirada
do retábulo (ano de 2011).
Arco de vilta perfeita
(pormenor).


Na sua frontaria, que dá para um adro, temos o portal principal de verga recta, encimado por uma enigmática pedra de armas, aí encastrada em data indeterminada, provavelmente vinda de outro local. 
Capela de Sta. Maria da Estrela.
Este BRASÃO, aparentemente do século XVI, ou anterior, parece ser uma representação irregular das armas da família FALCÃO. Terá sido colocado na fachada durante uma reconstrução posterior ao século XVI, carecendo de uma profunda investigação quanto à sua enigmática iconografia heráldica, a qual aqui não segue o cânone de representação desta família.
Adossada no exterior da fachada Norte, apresenta um lanço de escadas que conduz ao coro alto a partir do exterior.
Na fachada Sul, apresenta um outro portal de verga recta. Seria, supostamente, deste lado que se desenvolveriam as desaparecidas dependências monásticas que, passados tantos séculos, não deixaram o menor vestígio.
Pedra de armas da família
FALCÃO (?).
A partir desta capela situar-se-ia a casa do cabido, e talvez «existisse um claustro adossado ao templo, entre a ala dos monges e a dos conversos, que seriam perpendiculares à igreja, tendo em conta que deveria existir o fechamento deste claustro, com uma ala oposta à igreja, onde se trataria das necessidades do corpo, mais do que do espírito, seria a ala do refeitório, da cozinha e do calefactório.» (Martins, 2011: 11).
A romaria de Nossa Senhora da Estrela, vinda talvez dos alvores da nacionalidade, foi no passado uma das grandes romagens da região que atraía grande parte da população da Covilhã. Celebrava-se a 8 de Setembro, dia da Natividade, e passou actualmente a ser uma festa móvel festejada no domingo mais próximo desta data[10].


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Bibliografia:

BLOG “Covilhã – Mosteiro de Santa Maria da Estrela I. Acesso em: 31-VIII-2018. Disponível em
 http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.com/2011/06/covilha-mosteiro-de-santa-maria-da.html
BRONSEVAL, Frère Claude de (XVI). Peregrinatio Hispanica. Voyage de Dom Èdeme de saulieu, Abbé de Clairvaux, en Espagne et au Portugal (1531-1533) ed. Cocheril, Maur (1970) Paris: PUF.
DIAS, Miguel Nuno Peixoto de, Blog “Covilhã – Subsídios para a sua História”. Disponível em https://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.com/
COCHERIL, Maur (1970). Introduction et notes, in BRONSEVAL, Frère Claude de; Peregrinatio Hispanica. Voyage de Dom Èdeme de saulieu, Abbé de Clairvaux, en Espagne et au Portugal (1531-1533). Paris: PUF.
MARTINS, Ana Maria Tavares (2011). Maceira de Covelliana: da cidade monástica à cidade do homem. Covilhã: Universidade da Beira Interior,  
VICENTE, Maria da Graça (2012). Covilhã medieval, o espaço e as gentes. Lisboa: Colibri História.

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Notas:


[1] DIAS, Luiz Fernando Carvalho. “Covilhã – Mosteiro de Santa Maria da Estrela I. Acesso em: 23-VI-2018. Disponível em https://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.com/2011/06/covilha-mosteiro-de-santa-maria-da.html

[2] “Titollo Do Mostº de Sancta Mª destrella, no año do S.r de 1498 Annos”. In DIAS, Luiz Fernando Carvalho. “Covilhã – Mosteiro de Santa Maria da Estrela I. Acesso em: 31-VIII-2018. Disponível em http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.com/2012/01/covilha-mosteiro-de-santa-maria-da.html

[3] Op. Cit. “Titollo Do Mostº de Sancta Mª destrella, no año do S.r de 1498 Annos”.

[4] DIAS, Luiz Fernando Carvalho. “Covilhã – Mosteiro de Santa Maria da Estrela I. Acesso em: 31-VIII-2018. Disponível em https://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.com/2011/10/covilha-mosteiro-de-santa-maria-da.html

[5] Junto à freguesia do Telhado, ainda existem as ruínas de um pequeno lugarejo com o nome de Casal de Santa Maria, provavelmente alusivo a terras que estariam na posse da Abadia de Santa Maria da Estrela (na Boidobra).

[6] DIAS, Luiz Fernando Carvalho. “Covilhã – Mosteiro de Santa Maria da Estrela I. Acesso em: 23-VI-2018. Disponível em http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.com/2011/12/covilha-mosteiro-de-santa-maria-da.html

[7] Fr. Hilário das Chagas em “Memórias várias…da fundação do Real Mosteiro de Alcobaça”, e Fr. Pedro de Aguiar (1533) em “Apontamentos de frey pedro daguiar abbade do mosteiro de santa maria da estrela”.

[8] Juntamente com a supressão do Mosteiro de Santamaria da Estrela (Boidobra), também foi extinto o Mosteiro de Santa Maria do Ermelo (Arcos de Valdevez), e o Mosteiro de Tamarães (Ourém), do qual também já não há vestígios.

[9] DIAS, Luiz Fernando Carvalho. “Covilhã – Mosteiro de Santa Maria da Estrela I. Acesso em: 31-VIII-2018. Disponível em http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.com/2011/06/covilha-mosteiro-de-santa-maria-da.html

[10] Junto à Capela de Santa Maria da Estrela, recentemente foram edificadas duas pequenas construções de apoio à romaria anual. A sua volumetria, materiais utilizados, cromatismo e, acima de tudo, a sua proximidade à capela, afectam a coerência e integridade estética deste monumento secular, colidindo com o seu valor patrimonial que é urgente proteger.



Capela c/ anexos.
Capela com anexos de apoio à romaria.