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2013-06-30

Palácio Póvoas (Séc. XIX) - Portalegre


Largo do Rossio, Portalegre


Portalegre, Palácio Povoas.
Pedra de Armas: 1.º - BRITO,
2.º - RANGEL / SÁ, 3.º - VELEZ,
e 4.º - MIRANDA. 
Portalegre, Palácio Póvoas.



















        Segundo a tradição, deve-se à iniciativa Álvaro Xavier Fonseca Coutinho Póvoas (1772-1852), o "General Póvoas" como ficou conhecido, a reedificação do Palácio Póvoas no Largo do Rossio em Portalegre, do qual se destaca um portal decorativo que está armoriado com um escudo heráldico ao estilo barroco. 

        Esta armas, caso tivessem sido da sua iniciativa como sustentam algumas opiniões, também seriam armas assumidas e são diferentes das que figuram na sua arca funerária do cemitério da freguesia da Vela, concelho da Guarda, assim como as da Casa dos Póvoas na cidade da Guarda.

Álvaro Xavier Fonseca
Coutinho Póvos (1772-1852).
Armas da arca funerária
do General Póvoas.
1.º e 2.º - PROENÇA, 3.º - COUTINHO.
Vela, Guarda.
Arca funerária do
General Póvoas

Portalegre, pedra de armas do Palácio Póvoas.
       Não enjeitamos a hipótese das armas de Portalegre, ali terem sido postas pelo General Póvoas, aquando da reedificação da casa, mas certamente vindas de uma casa anterior que pertencera a familiares seus.

       Esta sua residência de Portalegre é um casarão oitocentista, provavelmente erigido no local onde existiu uma casa anterior dos seus antepassados – a família BRITO que nesta cidade teve algum relevo no século XVII e XVIII –, os quais ele quis homenagear/perpectuar com a colocação deste brasão.

       No caso de serem armas do próprio General Póvoas, estas seriam armas assumidas, pois não se conhece o correspondente Processo de Justificação de Nobreza, formalidade esta que a família Póvoas sempre parece ter desprezado.

       Apesar da falta da respectiva Carta de Brasão de Armas, e no desconhecimento dos esmaltes (cores e metais) que nele figuram, poderemos arriscar algumas sugestões de interpretação. 

       Quanto à sua forma, apresenta um escudo esquartelado:

       O 1.º quartel de BRITO – em campo vermelho nove lisonjas de prata, postas 3, 3 e 3, cada uma carregada de um leão de púrpura.

       O 2.º quartel partido em pala. Na 1.ª da pala as armas dos RANGEL (mal representadas) – de azul, com uma flor-de-lis de prata, tendo uma bordadura de ouro, carregada de sete romãs de verde, abertas de vermelho. Na 2.ª pala de SÁ (com imprecisões) – xadrezado de prata e de azul, de cinco peças em faixa e seis em pala.

       O 3.º quartel, povavelmente de VELEZ (mal representadas) – de verde, com um castelo de prata, lavrado de negro, aberto de vermelho, acompanhado em ponta de uma cabeça de mouro, cortada em sangue, parte sobre a porta do castelo.

       O 4.º quartel de MIRANDA – de ouro, com aspa de vermelho carregada de quatro flores-de-lis de verde.
  
       Timbre: um leão do escudo de BRITO

       Este brasão dos Póvoas (?), cujo esquartelado ignora os notáveis Fonsecas e Coutinhos, parece remeter-nos para um 4.º avô do General Póvoas que foi ANTÓNIO DAS PÓVOAS, fidalgo da Casa Real, desembargador, juiz da Coroa, provedor da Alfândega de Lisboa, casado em Midões, concelho de Tábua, com D. LUÍSA DE MIRANDA, herdeira de um rico morgado que o seu pai lhe deixou “com a condição de usar ar armas e o apelido de Miranda”, da qual teve geração. Foi ao Brasil e aí de D. BRITES SOARES, teve uma filha bastarda que foi uma das antepassadas do General.

Guarda, Pedra de Armas
da Casa dos Póvoas.
Palado de: PROENÇA.

Guarda, Casa dos Póvoas.















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