Castelo Novo, Casa Sampaio Roquette (Séc. XIX). |
A CASA SAMPAIO
ROQUETTE está situada à entrada do centro histórico de Castelo Novo, mais
precisamente na confluência da Rua de São Braz com a Rua de Santana: dois dos
mais antigos acessos a esta povoação de origem medieval que já foi sede de
concelho[1].
Da antiga
importância desta fascinante terra, ao longo dos séculos talhada no granito da Serra da Gardunha, além do que resta do seu castelo
de origem templária, temos alguns edifícios públicos e capelas, assim como algumas grandes casas senhoriais e solarengas a atestar a grandeza do seu passado. Entre estas evidencia-se pela sua grande
área edificada a contígua Casa Correia
Sampaio da Quinta do Ouriço, e a adjacente e mais recentemente designada Casa Sampaio Roquette (denominação que
lhe foi dada já no primeiro quartel do século XX): ambas anteriormente na posse
da mesma família e apenas separadas pela estreita rua de Santana.
♦
A CASA SAMPAIO
ROQUETTE é um sóbrio casarão de linhas simples, implantado de frente para a
Rua de São Braz, tendo um apreciável reduto nas suas traseiras.
Castelo Novo, Casa Sampaio Roquette. |
A antiguidade da
casa, ou das casas que deram origem a esta, pode ser avaliada por um portado
quinhentista que lhe fica próximo[2].
Na fachada que
dá para a Rua de Santa Ana, apresenta um painel azulejar com figuração
mariânica a condizer.
Origem e sucessão na posse da casa
Na falta de
documentação fidedigna sobre a origem desta casa, apenas podemos fazer algumas
deduções a partir do estudo genealógico da citada família Correia Sampaio,
senhores da contígua Quinta do Ouriço, nos quais entroncam os proprietários da
Casa Sampaio Roquette
Castelo Novo, Solar Correia Sampaio, Qta. do Ouriço |
A origem dos dois
casarões – o Solar Correia Sampaio (Quinta do Ouriço) e a Casa Sampaio Roquette
– partiu de casas mais simples que foram sendo expandidas e beneficiadas ao
longo dos séculos.
Uma das
primeiras ampliações da casa rural que lhe terá dado origem, terá ficado a
dever-se a MANUEL DA SILVA CABRAL (n. 1645) (III), homónimo de seu pai e avô,
nascido a 29-V-1645 em Castelo Novo e aí casado a 29-V-1667 com D. MARIA FREIRE
(f. 1699), irmã do corregedor de Castelo Branco Dr. Manuel Freire de Matos (f.
1684)[3]. Sem geração legítima do
seu casamento, terá deixado estes bens a um afilhado de baptismo que foi Pedre
Freire Corte-Real (n. 1676), certamente parente de sua mulher como indicia o
apelido Freire que lhes é comum, pois é na sua descendência que anos mais tarde
vamos encontrar estas propriedades.
Os antepassados de MANUEL DA SILVA CABRAL
(n. 1645) (III) alcançaram alguma proeminência em Castelo Novo nos finais da
dominação filipina, ou, mais provavelmente, após a Restauração (1640), o que os
levou a reunir um apreciável património. Este
era filho de outro MANUEL DA SILVA CABRAL (II) que foi casado com MARGARIDA DA
SILVA E CUNHA.
Castelo Novo,
Casa Sampaio Roquette (Séc. XIX),
pormenor da fachada lateral.
|
Como já foi
dito, terá sido ele – ou o seu pai homónimo (?) – que ampliou parte da
primitiva casa da Quinta do Ouriço, na origem uma pequena residência com capela
anexa, a qual viria a dar origem ao actual Solar Correia Sampaio, resultante de
sucessivos acrescentos pelos seus herdeiros que dispunham de um apreciável
património de terras à sua volta, nos
quais se incluía os terrenos da que viria a ser mais tarde Casa Sampaio
Roquette.
Manuel da Silva
Cabral (n. 1645) (III), a 22-XI-1695, por volta dos cinquenta anos de idade e
provavelmente pelo facto de não ter filhos legítimos, vendeu algum do
património que tinha fora de Castelo Novo ao capitão-mor de Idanha-a-Nova
Francisco Marques de Andrade e a sua mulher D. Francisca Nunes Moucho[4].
Das cerca de dez
propriedades que constam desta venda temos umas casas em Aldeia do Bispo no
concelho do Sabugal; assim como diversas terras em Idanha-a-Nova, tais como no
Pendricão (propriedade actualmente incorporada na malha urbana de Idanha onde
ainda subsiste uma rua com este nome), em naves
da Chachoresa (?), no Britorto (?),
em Campo de Cima no caminho do Ribeiro do
Oledo e folha do dito ribeiro[5], na lombada da Cardosa com um curral no Vale do Gamo (junto à Ribeira
do Vale do Gamo, próxima da Zebreira)[6], a folha da Ribeira do
Aravil nos Zebros (entre Zebreira e Monfortinho?), conforme consta por uma «Carta de Venda feita por Manuel da Silva
Cabral e sua mulher Maria Freire …»[7].
Terá conservado
na sua posse a Quinta do Ouriço – que então englobaria a casa hoje conhecida
por Sampaio Roquette – a qual foi
legada a um afilhado, parente de sua mulher (?).
♦
PEDRO FREIRE
CORTE-REAL (n. 1676), o presumível sucessor desta casa por herança do citado
Manuel da Silva Cabral (n. 1645) (III), nasceu a 20-XII-1676 em Castelo Branco
onde foi baptizado na igreja de Santa Maria do Castelo a 31-XII-1676,
apadrinhado pelo já citado Manuel da Silva Cabral, de Castelo Novo, e por D.
Maria da Cunha natural da Donas, Fundão; filho de Diogo Freire Corte-Real
(1653-1681), cavaleiro fidalgo da casa Real, nascido a 10-III-1653 em Castelo
Branco onde faleceu prematuramente a 26-IX-1681, casado a 27-X-1672 em
Alpedrinha com D. Brizida de Almeida.
Matriculou-se em
Leis na Universidade de Coimbra (1-X-1695),
foi escrivão da provedoria da Comarca de Castelo Branco[8], e provedor da Misericórdia da mesma cidade (1707-1708), mestre de
campo do terço de auxiliares de Castelo Branco[9],
familiar do Santo Ofício (Carta de 7-I-1721)[10], assim
como, pelo seu casamente, veio a ser senhor do grande prazo da Quinta de
Corges na então periferia da Covilhã, junto à da ribeira do mesmo nome, por
herança de seu pais.
Casou com D.
FILIPA TERESA SERPA DA SILVA LOBO – ou Filipa Lobo da Silva –, da Covilhã, a
qual, juntamente com o seu marido, criou um vínculo com o terço dos seus bens;
filha de Diogo de Serpa da Silva (c. 1696), senhor do grande prazo da Quinta de
Corges na Covilhã, familiar do Santo Ofício (Carta de 28-XI-1696), e de sua
mulher D. Inês Tavares da Costa Lobo, ambos naturais da Covilhã.
Estes tiveram um
filho que foi DIOGO JOSÉ FREIRE DE SERPA DA SILVA (c. 1770)[11], natural de Alpedrinha, capitão-mor de Castelo Novo e Alpedrinha (1770?),
escrivão da Provedoria de Castelo Branco (Alvará de 24-II-1751)[12], casado em segundas
núpcias com sua prima D. CATARINA DE SOUSA BOTELHO DE ALBUQUERQUE natural de
Alpedrinha.
Destes últimos
foi filha herdeira D. ANA LUÍSA DE ALBUQUERQUE
DA SILVA FREIRE DE SERPE (1762-1802)[13], natural de Castelo Novo, onde herdou estas casas e terras, assim como
do grande prazo de Corges na Covilhã.
Casou
com FRANCISCO LOPES SARAFANA CORREIA DA SILVA SAMPAIO (1738-1803), herdeiro de vários morgados em
Alpedrinha, Vale de Prazeres e Idanha-a-Nova[14], tendo mandado edificar o Palácio Sarafana / Palácio do Picadeiro em
Alpedrinha (finais do Século XVIII). Este era filho de António Manuel Correia
da Silva Sampaio (n. 1708)[15] que nasceu a 6-IX-1708 e foi baptizado a 3-X-1708 em Alpedrinha, filho segundo
que veio a suceder na casa de seus pais e ainda solteiro foi soldado de Cavalos
da Companhia de Belchior Pacheco da Gama[16],
tendo casado a 14-IV-1753 com sua prima D. Maria Rita Freire Sarafana (n. 1713)
nascida a 6-XII-1713 e baptizada a 20-XII-1713 em Idanha-a-Nova.
A este casal,
detentor de uma grande fortuna, veio a suceder na posse deste património o
filho ANTÓNIO MANUEL CORREIA DA SILVA SAMPAIO (c. 1788), homónimo de seu avô
paterno e sucessor na casa de seus pais, fidalgo da Casa Real (Alvará de
19-XI-1823), comendador da Ordem de Cristo, coronel agregado do Regimento de
Milícias de Idanha-a-Nova, cidade onde tinha a Casa Sarafana com a capela anexa
do Sagrado Coração de Jesus, foi abastado proprietário do distrito de Castelo
Branco. Desconhecemos o ano do seu nascimento mas sabemos ainda ser vivo em
Junho de 1853 quando foi padrinho de baptismo do seu neto António Pedro Manuel
que viria a ser 1.º visconde de Castelo Novo.
Casou com D.
MARIA JOANA DE FIGUEIREDO COSTA SOTTOMAYOR (c. 1800)[17], filha
de José Nicolau de Figueiredo da Costa Pegado, fidalgo da Casa Real, cavaleiro
professo da Ordem de Cristo, abastado proprietário de Escalos de Cima, no
concelho de Castelo Branco, onde era senhor do Solar dos Figueiredos que está
armoriado de COSTA, FIGUEIREDO, PEGADO e SEQUEIRA, com a respectiva capela
anexa de São Domingos[18], e de sua mulher D. Ana Victória Sottomayor, nascida na Casa da Quinta do Bravo,
um morgadio situado na freguesia de Triana no concelho de Alenquer, o qual terá
passado de seu irmão – que teve duas filhas, ambas casadas, sem geração –, para
a sua descendência[19].
Este casal teve
8 filhos, sendo o sucessor:
FRANCISCO
CORREIA DA SILVA SAMPAIO (c. 1815), natural de Escalos de Cima, licenciado,
fidalgo cavaleiro da Casa Real, abastado proprietário nos concelhos de
Idanha-a-Nova, Fundão e Alenquer, por sucessão na casa de seus pais.
Casou a
29-I-1851 no “Oratório do Palácio do
Exmo. D. Pedro da Cunha Mendonça e Menezes” – o Palácio do Cunhal das Bolas
ao Bairro Alto, casa do pai da noiva –, na freguesia das Mercês em Lisboa, com
D. MARIA LEONOR DA CONCEIÇÃO DE MELO E CASTRO COSTA E SOUSA (1833-1855),
nascida a 28-VII-1833 na freguesia das Mercês em Lisboa, e falecida a
15-VI-1855, antes de sua mãe D. Maria Rosa (f. 1884), pelo que não sucedeu nos
morgados, os quais foram extintos em 1863, dispersando o seu património pelas
restantes filhas sobrevivas. Sua mulher era a primogénita de três irmãs[20],
filhas de D. Pedro José de Melo da Cunha de Mendonça e Meneses (1810-1866),
baptizado a 18-III-1810 no Beato em Lisboa e falecido a 28-V-1866 em Alverca do
Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira, o qual foi casado nas primeiras
núpcias de D. Maria Rosa de Melo e Castro Costa Mendonça e Sousa (1811-1884)[21],
senhora da Casa dos Melos e da Casa do Cunhal das Bolas (ao Bairro Alto) em
Lisboa, e do Morgado de Alcube em Azeitão, nascida a 31-XII-1811 no Rio de
Janeiro, e falecida a 28-I-1884 em São Vicente de Fora em Lisboa; neta paterna
de D. Pedro de Melo da Cunha Mendonça e Meneses (1784-1644), 2.º marquês de
Olhão, 2.º conde de Castro Marim, descendente por bastardia do rei D. João II
(1475-1495)[22], e de sua mulher D.
Mariana Francisca de Meneses da Silveira e Castro (1784-1816).
Com a abolição
definitiva dos morgados e capelas pela Lei de 19-V-1863, os bens vinculados
deste casal, em Castelo Novo, os quais incluiriam a Quinta do Ouriço e as
respectivas casas anexas, começaram a dispersar-se pela sua numerosa
descendência o que levou à pulverização do imenso património desta casa. Devido
a este facto, é-nos difícil seguir quais foram os possuidores das diversas
casas aí existentes.
♦
A família
ROQUETTE, que veio dar o nome a esta casa já no primeiro quartel do século XX, uniu-se à família CORREIA SAMPAIO por casamentos celebrados por dois irmãos
Roquuette, de Salvaterra de Magos, casados com duas primas da família Correia
Sampaio.
O 1.º destes
matrimónios foi celebrado no ano de 1910 com uma bisneta dos anteriores –
Francisco Correia (c. 1815) e D. Maria
Leonor (1833-1855) – de seu nome D. MARIA LEONOR CORREIA DA SILVA DE SAMPAIO
DE MELO E CASTRO (1883-1913), a qual fazia parte de uma numerosa prole de 10
irmãos, nascida a 17-XII-1883 e baptizada a 27-XII-1823 na freguesia de
Santos-o-Velho, em Lisboa; filha de António Pedro Manuel Correia da Silva Sampaio
(1853-1921), 1.º visconde de Castelo Novo (Carta de 20-X-1870)[23],
e de sua mulher D. Maria Luísa de Melo da Cunha de Mendonça e Meneses
(1856-1929), nascida a 24-XI-1856 no Palácio de Xabregas (Olhão – Castro Marim)[24],
e baptizada a 27-XI-1856 na Igreja de São Bartolomeu do Beato em Lisboa, tendo
sido uma dos 15 filhos de D. José de Melo da Cunha Mendonça e Meneses
(1809-1870), 4º Conde de Castro Marim, senhor da Casa dos Marqueses de Olhão, e
de sua mulher D. Maria Rita Valésia da Silva Correia (1827-1916)[25].
Este casamento,
celebrou-se a 1-X-1910 em Escalos de Cima nas primeiras núpcias de ANTÓNIO
VIANA FERREIRA ROQUETTE (1884-1944), bacharel em Direito, nascido a 29-I-1884
na freguesia de Santa Isabel em Lisboa e aí falecido a 29-IV-1944, filho de
José Ferreira Roquette (1850-1914), natural de Salvaterra de Magos, e de D.
Sebastiana Viana da Silva Carvalho (1845-1937), natural de Lisboa; neto paterno
de Luís Ferreira Roquette (n. 1823), 1.º Barão de Salvaterra de Magos, onde era
grande proprietário rural. Não houve
geração deste casamento.
O 2.º matrimónio
que uniu estas duas famílias foi o de D. MARIA LEONOR CORREIA DA SILVA SAMPAIO
(1887-1944), nascida a 16-XI-1887 e baptizada a 27-XI-1887 na Igreja de Nossa
Senhora da Assunção em Cascais, tendo falecido a 19-III-1944 na Lapa, em
Lisboa, filha de Pedro Correia da Silva Sampaio (1855-1915), senhor do Solar da
Quinta do Ouriço em Castelo Novo e irmão de António Pedro Manuel Correia da
Silva Sampaio (1853-1921), 1.º visconde de Castelo Novo.
Maria Leonor Correia da Silva Sampaio (1887-1944) |
José Viana Ferreira Roquette (1886-1946) |
Casou a 25-V-1914
em Cascais com JOSÉ VIANA FERREIRA ROQUETTE (1886-1946), engenheiro Civil e de
Minas, senhor da Casa Roquette em Salvaterra de Magos, o qual nasceu a
25-II-1886 na freguesia de Santa Isabel em Lisboa, cidade onde residiu na
Calçada das Necessidades, tendo falecido a 30-XI-1946 na freguesia da Lapa;
filho de José Ferreira Roquette (1850-1914) que nasceu a 27-I-1850 em
Salvaterra de Magos, e de sua mulher Sebastiana Cândida Viana da Silva Carvalho
(1845-1937); neto paterno de Luís Ferreira Roquette (n. 1823), 1.º barão de
Salvaterra de Magos, e de sua mulher D. Maria Isabel de Magalhães Araújo (n.
1830), natural de Lisboa; e materno de João António Sabino Viana (n. 1820), e
de sua mulher D. Camila Adelaide da Silva Carvalho (n. 1817), natural do Porto,
a qual por sua vez era filha do destacado José da Silva Carvalho (1782-1856),
natural de São João das Areias, Santa Comba Dão, que foi um dos fundadores da
associação revolucionária do Sinédrio na cidade do Porto que esteve na origem
da revolução liberal de 1820, vindo a desempenhar vários e importantes cargos
políticos no regime liberal.
Foi este casal
que deu o seu nome à Casa Sampaio Roquette de Castelo Novo, por esta lhe ter
pertencido.
Tiveram pelo
menos 5 filhos, quatro deles com geração que seguiu os apelidos FERREIRA
ROQUETTE, VARENNES DE MENDONÇA, CORREIA DA SILVA (viscondes de Paço de Arcos),
MATOS CHAVES, e por fim TAVARES FESTAS os quais foram os herdeiros desta casa.
Entre estes cinco
filhos, a sucessora na posse da Casa Sampaio Roquette foi D. MARIA LEONOR
CORREIA FERREIRA ROQUETTE (1917-1995) que nasceu na freguesia da Lapa, em
Lisboa, cidade onde faleceu na freguesia de Santa Maria dos Olivais.
Casou a
12-XII-1943 na Capela de Nossa Senhora dos Navegantes na freguesia da Lapa em
Lisboa, com ALEXANDRE DE FIGUEIREDO TAVARES FESTAS (1915-1981), nascido a
11-VI-1915 na freguesia da Lapa, em Lisboa, e falecido a 3-I-1981 no Hospital
de Santa Cruz em Carnaxide, o qual foi um dos quatro filhos de António Leão
Tavares Festas (1860-1920), senhor da Quinta
da Colmeosa no Couto do Mosteiro em Santa Comba Dão, jurista e deputado pelo
Partido Progressista qua nasceu na Casa da Gândara em Vale de Remígio no
concelho de Mortágua, e veio a falecer a 5-V-1920 na Lapa, em Lisboa, casado a 29-VII-1901 na capela da Colmeosa, Couto do
Mosteiro, Santa Comba Dão com D. Maria Isabel de Figueiredo e Faro Themes
(1875-1944), nascida a 30-IX-1875 em Avô, Oliveira do Hospital, e falecida a
4-VII-1944 na Lapa, em Lisboa.
Tiveram
(3):
1.º – MANUEL ROQUETTE TAVARES FESTAS: (n. 1945) que foi o
herdeiro da Casa Sampaio Roquette, licenciado em Engenharia Mecânica pelo IST
de Lisboa, nasceu a 6-IV-1945 em Lisboa, cidade onde casou na Igreja da Memória
com D. LUISA MARIA FORTINHO DE SALDANHA E GOUVEIA, filha de João Pedro de
Almada Saldanha Quadros e Gouveia (n. 1916), natural da Guarda. Tiveram geração.
2.º – MARIA
LEONOR ROQUETTE TAVARES FESTAS (n. 1952) que nasceu a 9-XII-1952 em Lisboa, casou
a 1-I-1981 com JOSÉ EDUARDO DE AMORIM FERREIRA FRANCO (n. 1954), nascido a
18-II-1952 na freguesia de São Cristóvão e São Lourenço em Lisboa. Tiveram
geração.
3.º – ALEXANDRE
ROQUETTE TAVARES FESTAS (n. 1958), licenciado em Ciências Históricas pela U.L.
de Lisboa, diplomata de carreira, nasceu a 11-III-1958 em Luanda, Angola, tendo
casado a 11-IX-1956 na freguesia das Mercês em Lisboa com D. MARA HELENA ABREU
DE AZEVEDO MALHEIRO (n. 1956), licenciada
e mestre em Literatura Comparada pela Universidade de Paris III,
Sorbonne-Nouvelle, doutorada em Literatura Portuguesa pela Universidade Aberta,
nascida a 22-IX-1956 na
freguesia da Sé em Lamego, filha de Afonso Henriques da Fonseca de Azeredo
Malheiro (n. 1927), licenciado em Direito, diplomata, nascido em 9-XI-1927 em
Cambres, Lamego, e de sua mulher D. Maria Helena de Figueiredo Carmona Abreu
Lopes (n. 1930), licenciada em Direito, nascida a 19-X-1930. Divorciados em 1994,
tiveram geração.
__________
Notas:
[1] A reforma territorial de 1835 extinguiu
o concelho de Castelo Novo que foi anexado ao de Alpedrinha,
o
qual entretanto também acabou por ser extinto em 1855, passando a integrar o
concelho do Fundão.
[2] SILVA,
Joaquim Candeias da, Concelho do Fundão –
História e Arte», Vol. I, (Fundão, CMF, 2002), p. 160.
[3] O
Dr. MANUEL FREIRE DE MATOS (f. 1684), nasceu no Fundão em data que
desconhecemos e veio a falecer a 24-VI-1684 em Santarém onde foi provedor desta
comarca; filho de Simão Lopes Freire e de D. Brites de Matos. A sua
descendência por diversos casamentos fixou-se em Salvaterra de Magos no
distrito de Santarém, terra onde se destacava a família Roquette que aí era
grande proprietária de terras.
[4] FRANCISCO
MARQUES ANDRADE (f. 1713?), capitão-mor de Idanha-a-Nova e 2.º administrador do
morgado da Tapada do Alardo, nasceu depois da morte prematura de seu pai e terá
falecido em finais de 1713 (?). Era filho único de Francisco Marques Giraldes e
de sua mulher e prima D. Maria Nunes Giraldes, antepassado do 4.º marquês da
Graciosa. Por documentação existente na Torre do Tombo, sabemos ter adquirido
mais de cinco dezenas de propriedades no concelho de Idanha-a-Nova entre 1673 e
1710. Por testamento de 24-III-1708, existente no Arquivo da Casa Graciosa, instituiu
com a terça dos seus bens um morgadio, no qual foi nomeada a sua filha D.
Brites Maria de Andrade e Couto por escritura de dote de 20-I-1710, para esta
casar (a 31-III-1712) com seu primo o Dr. Fernando Afonso Giraldes, 11.º
administrador do Morgado dos Giraldes (que viria a ter um grande património de
casas e terras dispersas por Idanha-a-Nova, Anadia, e Lisboa), e foram
quintos-avós do 4.º marquês da Graciosa.
[5] Folha
– porção de terreno destinado a culturas alternadas.
[6] Lombada
– encosta de um monte ou outeiro.
[7] ANTT,
Feitos Findos, Administração de Casas, mç. 99, n.º 5, .
[9]
FALCÃO,
Armando da Sacadura, Freires Côrtes-Reais, 2.ª edição (Lisboa, Universitária
Editora, 2000), pp. 188-189.
[11] As
primeiras núpcias de Diogo José Freire da Silva Serpa foram com sua prima D.
Inês da Silva Pereira, da qual não teve geração.
[13] D. ANA LUÍSA DE ALBUQUERQUE DA SILVA FREIRE DE SERPE (1762-1802) era irmã de D. MARIA XAVIER FREIRE DE SERPA E
SILVA casada a 30-VIII-1782 na igreja de S. Miguel de Castelo Branco com seu
primo DIOGO DA FONSECA BARRETO DE MESQUITA, capitão-mor de Castelo Branco,
senhor da Casa e Quinta da Devesa
(actual Câmara Municipal de Castelo Branco), o qual não tendo filhos do seu
casamento legitimo legitimou a filha D. Maria Guadalupe para lhe suceder no seu
património, tendo esta casado com em 1809 com Francisco de Albuquerque Pinto
Castro e Nápoles (1778.1858), 1.º Visconde de Oleiros.
[14] FALCÃO, Armando da Sacadura, op. cit, pp. 188-189.
[15] Optamos por grafar o nome de CORREIA em vez de
CORRÊA que parece ter sido o nome usado originalmente.
[16] BELCHIOR
PACHECO DA GAMA (f. 1754) salientou-se na campanha da Sucessão de Espanha sob
as ordens do general D. António Luís de Sousa (1644-1721), 2.º Marquês de Minas, o qual
a 28-VI-1706 entrou em Madrid onde fez aclamar
como rei de Espanha o arquiduque Carlos de Áustria com o nome de Carlos III.
[17] D.
MARIA JOANA DE FIGUEIREDO COSTA SOTTOMAYOR, no seu assento de casamento
(Lisboa, Mercês, 29-I-1851) figura com o nome de D. MARIA JOANA DA COSTA DE
SIQUEIRA.
[18] O Solar do Figueiredos – ou Costa Pegado
Figueiredo – em Escalos de Cima, também é conhecido por Solar dos Viscondes de Castelo Novo por estes aí terem vivido. É um
belíssimo e típico solar da nobreza rural da Beira Baixa, com tectos em madeira
pintados com as armas desta família, rodeado por uma quinta com árvores
frondosas e cercada de altos muros.
[19] D. ANA VICTÓRIA SOTTOMAYOR era irmã de
António Xavier Bravo Pereira do Lago, morgado do Bravo, o qual foi casado e
teve duas filhas, ambas por sua vez casadas mas sem geração. Uma destas casou
com Joaquim José Pereira de Sousa, padrinho de casamento do seu primo Francisco
Correia da Silva Sampaio (n. 1815), ao qual passou o citado morgado dos Bravos
cujas terras estão hoje urbanizadas.
[20] Estas tiveram um irmão varão que foi D. Pedro da Cunha de Mendonça e Meneses(1835-1885), falecido criança.
[21] D. MARIA ROSA DE MELO E CASTRO COSTA MENDONÇA
E SOUSA (1811-1884), tendo enviuvado em 1866, voltou a casar em segundas
núpcias a 23-I-1867 no oratório da sua casa à Rua Infante D. Henrique, em São
Vicente de Fora, Lisboa, com Rufino António de Morais (1803-1887), lente da
Universidade de Coimbra, apadrinhada por Bernardo
de Sá Nogueira de Figueiredo (1795-1876), 1º marquês de Sá da Bandeira, e pelo major
Sebastião do Canto e Castro Mascarenhas que foi ministro das Obras Públicas do
governo de António José de Ávila (1868).
[22] CANEDO, Fernando de Castro da Silva Canedo, A
descendência Portuguesa de El-rei D. João II (Lisboa, Edições Gama.2006) vol.
III, p. 66.
[24] O
PALÁCIO DE XABREGAS, ou PALÁCIO OLHÃO – CASTRO MARIM, designação tirada dos
títulos nobiliárquicos dos seus proprietários em cuja posse esteve mais de 500
anos, é uma das mais antigas edificações palacianas de Lisboa, mandado
construir pelo célebre navegador Tristão da Cunha (f. 1540). Após a morte do
rei D. Manuel I, aqui veio morar a rainha D. Leonor e foi nesta grande casa que
inicialmente se reuniram os fidalgos portugueses que conspiraram pela restauração
da independência contra o domínio espanhol (1580-1640), ao tempo de Jorge de
Mello, seu proprietário e um dos mais destacados conjurados de 1640.
A
configuração actual deste palácio data do Séc. XVIII, com
grandes alterações que lhe deram uma conformação barroca, com 14 janelas na
fachada do andar nobre e 64 divisões decoradas com belíssimos azulejos
historiados e frescos, dos quais se salientam os da Sala dos Conjurados e da
Sala das Quatro Estações.
[25] D.
MARIA RITA VALÉSIA DA SILVA CORREIA (1827-1916) era filha de Vicente António da
Silva Correia (f. 1848), por legitimação de 29-IX-1830 da Mesa de Desembargo do
Paço.