Leitão Marrocos
Idanha-a-Velha
Idanha-a-Velha – a Egitânia romana – está implantada no vasto concelho de Idanha-a-Nova, à distância de 20 quilómetros da sua sede.
Idanha-a-Velha, Pelourinho. |
Os
Marrocos, unidos por casamento aos Manzarra Franco, por sucessivas heranças familiares tornaram-se proprietários
de cerca de 98% dos solos desta freguesia, aos quais juntavam outras terras nas
freguesias limítrofes. A agricultura e a pecuária era uma das principais
actividades económicas deste morgadio[2],
para o qual contribuía a quase totalidade da diminuta população loca, sua
assalariada.
Idanha-a-Velha, casas populares. |
Idanha-a-Velha
– Velha por oposição a Idanha-a-Nova
cuja fundação é posterior – ergue-se no espaço onde outrora existiu a Civitas Igaeditanorum, que veio a ser um
importante município romano. Em 105 aparece mencionada numa inscrição da
monumental ponte romana de Alcântara – hoje em território espanhol – como um
dos municípios que contribuíram para a sua construção.
Idanha-a-Velha foi fundada no século I a.C. e teve
uma importância vital para o Império Romano que a muralhou entre os séculos III
a IV para resistir às Invasões Bárbaras. Com as invasões germânicas, veio a ser
integrada no reino suevo e elevada pelo rei Teodomiro (559-570) à categoria de
cidade episcopal. De seguida passa a fazer parte do reino visigótico que lhe
edifica a Catedral, o Palácio dos Bispos, o Paço episcopal e a Ponte de São
Dâmaso. Posteriormente foi tomada pelos árabes (713), nunca mais alcançando o
esplendor do passado. Foi reconquistada pelo Rei Afonso III de Leão, que a
perdeu de seguida, tendo sido reconquistada pelo Rei D. Sancho I que lhe deu
foral (1229), e foi doada por D. Dinis à ordem de Cristo (1319).
Idanha-a-velha, fortificação romana. |
Casa de Marrocos
Ao
longo de várias gerações, a família Marrocos foi reunindo um apreciável
património fundiário com as respectivas casas senhoriais. O dinamismo de
António de Pádua e Silva Leitão Marrocos (1879-1957)
levou-o à reedificação e modernização deste património no segundo quartel do
século XX. Das várias casas que habitou, destacamos duas delas pela sua
importância: a de Idanha-a-Velha e a de Pedrógão de São Pedro.
Idanha-a-Velha, Concelho de Idanha-a-Nova
Idanha-a-Velha, Casa de Marrocos. |
Idanha-a-Velha, Casa de Marrocos. |
Este
imenso casarão foi vendido pelos seus herdeiros à Câmara Municipal de
Idanha-a-Nova, para ser requalificado e transformado num hotel de qualidade com
mais de 40 quartos, destinados à dinamização turística da freguesia.
Pedrógão de São Pedro, Penamacor
Pedrogão de São Pedro. |
Deste passou a seu filho Frederico Capelo Manzarra
Franco (1918-1997), e posteriormente à sua filha D. Maria da Graça Sampaio
Manzarra Marrocos (n. 1955).
Esta casa viria a ser adquirida pela Câmara Municipal
de Penamacor em 2003, destinada a ser posta ao serviço da comunidade numa nova
finalidade de utilidade social.
A
sucessão da Casa de Marrocos
A
partir das diversas fontes impressas consultadas, devido às suas divergências,
não conseguimos apurar a sucessão rigorosa do Morgado de Idanha-a-Velha cuja
data da sua instituição desconhecemos.
Certamente
que existe alguma documentação proveniente da Casa Marrocos, que teria um bem
organizado cartório privativo para fins de administração do seu vasto
património disperso por várias localidades da Beira Baixa.
Idanha-a-velha, Pombal da Casa Manzarra. |
A
mobilidade desta família, ao longo de várias gerações, através das várias casas
que possuía em diversas localidades, nas quais iam nascendo seus filhos,
dificulta o levantamento dos registos
paroquiais a eles referentes. Um levantamento sistemático destes registos
seria um trabalho hercúleo de muitos anos …
A
adensar este imbróglio genealógico, há os imensos homónimos, a falta de datas
dos actos a eles referentes, ou a divergência das datas de autor para autor, o
que impossibilita um trabalho rigoroso.
Apesar
das limitações apontadas, e dos erros, vamos aqui deixar alguns apontamentos
que nos pareceram com interesse como ponto de partida para investigações mais
aprofundadas.
Vejamos alguns apontamentos desta presumível
sucessão, colhida de vários autores, mas com algumas reservas quanto ao seu
rigor. Não seria justo, apesar dos involuntários erros, privar os
investigadores genealógicos dos elementos que aqui deixamos, os quais poderão
abrir novos caminhos de exploração, trilhados com maior rigor.
§: 1
1. ANTÓNIO FREIRE DE ANDRADE (1719-1789),
homónimo de seu pai, nasceu a 23-I-1789 em Vila Chã, Vale da Cambra, e faleceu
com testamento a 1-VIII-1789 em Medelim, concelho de Idanha-a-Nova. Curiosamente,
um mês depois da sua morte o “senhorio da
aldeia de Medelim, elevada a vila” foi atribuída a Fernando Afonso Giraldes de
Andrade[3],
por sucessão neste cargo a
seu pai Bartolomeu José Nunes Cardoso
Giraldes de Andrade[4],
e por alvará de 03-IX-1789 (ANTT,
Registo Geral de Mercês de D. Maria I, liv.24, f. 366v).
Medelim, casa antiga. |
Os
seus antepassados mais longínquos por parte dos ANDRADES, provavelmente eram
daqui originários e, quem sabe, os bens dos citados vínculos terão vindo posteriormente
a engrossar o morgadio dos Marrocos.
Era
filho homónimo de António Freire de Andrade (n. 1703), proprietário do ofício
de meirinho da cidade de Coimbra (alvará de 11-VI-1725), baptizado a 23-I-1703
na freguesia do Sacramento em Lisboa, o qual teve este filho fora do casamento
com D. Maria Gomes (c. 1700)[6], de Vale da Cambra,
Lordelo.
«Andrades
(de Monsanto) / É confusa e labiríntica a genealogia dos Andrades de Monsanto.
(…) Andrades, Calvos, Teles, Saraivas e Coutos enxamearam da Guarda a Monsanto
e desta vila à Idanha deixando vasta prole, mas um grupo deles fixou-se de
forma mais efectiva em Monsanto, radicando-se à aldeia mais portuguesa de
Portugal, por vínculos de morgadio e pela sequência de varões que serviram o
cargo de Alcaides-mores.» (Luís Bivar Guerra, A Casa da Graciosa,
Braga: 1965, pp. 253-254)
Casou
duas vezes.
As suas primeiras núpcias foram com D. MARIA TERESA DE PROENÇA GIRALDES (1728-1764)[7], nascida a 22-IV-1728 em Peroviseu, falecida a 16-II-1764 em Medelim, filha de Bernardo Martins Proença, natural de Peroviseu, Fundão, onde casou a 24-IV-1712 com D. Francisca Gomes Giraldes, natural de Alcaria, Fundão. Tiveram geração.
As suas primeiras núpcias foram com D. MARIA TERESA DE PROENÇA GIRALDES (1728-1764)[7], nascida a 22-IV-1728 em Peroviseu, falecida a 16-II-1764 em Medelim, filha de Bernardo Martins Proença, natural de Peroviseu, Fundão, onde casou a 24-IV-1712 com D. Francisca Gomes Giraldes, natural de Alcaria, Fundão. Tiveram geração.
As
segundas núpcias foram com RITA
FELIZARDA GIRALDES DA CUNHA, da qual não teve geração.
De
D. ANGÉLICA MARIA
CALDEIRA, natural de Alcafozes, teve uma filha natural legitimada de nome
ANTÓNIA que vai mais abaixo.
Filhos do 1.º casamento:
2. D. MARIA JOAQUINA FREIRE DE ANDRADE
(1763-1785), que nasceu a 1-VIII-1763 em Medelim, onde faleceu precocemente a
30-I-1785.
Casou
a 25-XI-1782 em Medelim com JOÃO MANUEL LEITÃO MARROCOS, natural de Idanha-a-Velha,
no concelho de Idanha-a-Nova, à data deste seu casamento com a patente de
capitão, filho de João dos Reis Leitão Marrocos e de sua mulher D. Maria Petronilha
Teresa Ferreira, natural de Muxagata, concelho de Fornos de Algodres; esta
última, filha de José da Fonseca Dias, natural de São Miguel de Acha, concelho
de Idanha-a-Nova, e de D. Maria Ferreira, natural de Muxagata[8].
João
Manuel Leitão Marrocos, tendo enviuvado devido ao falecimento prematuro da sua primeira
mulher, pouco mais de dois anos após o seu casamento sem geração (?), voltou a
casar e vai abaixo no §: 2, n.º 2.
Filha natural legitimada de D. ANGÉLICA MARIA:
2. D. ANTÓNIA FREIRE DE ANDRADE (f. 1804), que
segue.
2. D. ANTÓNIA FREIRE DE ANDRADE (f. 1804), residente
em Medelim onde veio a falecer a 27-XII-1804, senhora de um apreciável
património.
Casou
duas vezes.
As
primeiras núpcias a 26-IX-1791 foram com o tio paterno PEDRO FREIRE DE ANDRADE
(1744-1796) que foi baptizado a 5-VII-1744 em Vila Chã, Vale da Cambra, falecido a
19-XI-1796 com testamento em Medelim – pouco depois do nascimento do seu
único filho que também faleceu –, no qual nomeava sua mulher por
herdeira, a qual também herdou do tio JOSÉ FREIRE DE ANDRADE, sargento-mor de
Almeida.
As
segundas núpcias foram com JOSÉ JOAQUIM FERREIRA CAPELO (1775-1816), nascido a
6-III-1775 em Idanha-a-Nova e falecido a 11-VII-1816 em Medelim; filho de
Manuel Fernandes Ferreira, natural da Zebreira, casado a 24-IV-1758 em
Alcafozes com D. Joana Lopes Leitão (n. 1730), nascida a 14-XI-1730 em
Alcafozes.
Filho
do 1.º casamento:
3. MANUEL (1796-1796), nascido a 25-VI-1796
em Medelim, onde faleceu dois dias depois.
Filhas
do 2.º casamento (3):
3. D. MARIA FREIRE DE ANDRADE (n. 1798),
nascida a 28-XI-1793 em Medelim, terra onde casou a 29-VIII-1813 com PEDRO JOSÉ
MAURÍCIO DE AVELAR (n. 1792), nascido a 9-III-1792 em Medelim, alferes do
Regimento de Milícias de Idanha-a-Nova, do qual teve geração que seguiu os
apelidos CUNHA MORA.
3. D. ANA MÁXIMA FREIRE CAPELO (n. 1800),
nascida a 3-III-1800 em Medelim. Casou a 5-VI-1823 com o Tenente-coronel JOSÉ
LOPES DA SILVA, natural da Zebreira – então viúvo de D. Maria Ana Joaquina de
Oliveira –, filho de Joaquim Lopes da Silva, da Zebreira, e de D. Maria da
Silva, natural de Penamacor.
Tiveram:
4. D. MARIA BÁRBARA FREIRE DA SILVA CAPELO
(c. 1845), natural de Idanha-a-Nova. Casou a 8-X-1845 na Zebreira com JOSÉ
ANTUNES VALENTE LEITÃO MARROCOS, filho de José Valente Leitão Marrocos e mãe
incógnita.
4. JOSÉ JOAQUIM LOPES DA SILVA (n. 1824),
nascido a 14-III-1824. Casou a 26-XII-1857 com D. MARIA CAPELO, filha de
Francisco José e de D. Maria Capelo.
4. D. MARIA PATROCÍNIO FREIRE CAPELO DA SILVA
(c. 1859). Casou a 3-III-1859 na Zebreira com ALEXANDRE DE ANDRADE PISSARRA,
filho de Simão de Andrade Pissarrra e de D. Rita Emília Monteiro (1796-1881), natural de
Idanha-a-Nova.
4. D. Maria Brizida Freire Capelo. S.m.n.
3. D. MARIA BRÍZIDA FREIRE CAPELO (n. 1801),
nascida a 23-X-1801 em Medelim. Casou a 18-II-1830 com TOMÁS JOAQUIM DE NOVAIS,
natural de Monsanto (?), c.g.
§: 2
2. JOÃO MANUEL LEITÃO MARROCOS, natural de
Idanha-a-Velha, com a patente de Major, filho de João dos Reis Leitão Marrocos
e de sua mulher D. Maria Petronilha Teresa Ferreira[9].
Já
viúvo de D. Maria Joaquina Freire de Andrade (1763-1785) que vai acima (§:1,
n.º 2), contraiu segundo matrimónio em 1790 em São Miguel de Acha com D.
CONSTÂNCIA MARIA ESTEVES CORDEIRO (n. 1755), filha de Manuel Antunes Valente
(n. 1722) e de sua mulher D. Úrsula Maria Esteves Cordeiro (n. 1727)[10], todos naturais de São
Miguel de Acha, concelho de Idanha-a-Nova.
Filha:
3. D. ROSA EMÍLIA VALENTE LEITÃO MARROCOS
(n. 1796), que segue.
3. D. ROSA EMÍLIA VALENTE LEITÃO MARROCOS
(n. 1796), nascida a 5-VII-1796 em Idanha-a-Velha, onde casou com ANTÓNIO
JOAQUIM CASTRO E SILVA (n. 1795), nascido a 12-VII-1795, que foi militar com o
posto de Major.
Filha:
4. D. MARIA EMÍLIA CASTRO E SILVA, que
segue.
4. D. MARIA EMÍLIA CASTRO E SILVA (n. 1818),
nascida a 5-IV-1818 em Alcains. Casou por volta de 1842 em Alcains com seu
parente ANTÓNIO DE PÁDUA LEITÃO MARROCOS, natural de Idanha-a-Velha, filho de
João dos Reis Leitão Marrocos e de D. Maria Petronilha Teresa Ferreira.
Filha:
5 (?). ANTÓNIO
DE PÁDUA E SILVA LEITÃO MARROCOS (1879-1957), cuja filiação, apesar de
duvidosa, segue no §: 3, n.º 5.
5. D. MARIA JOSÉ DA SILVA MARROCOS, que
segue.
5. D. MARIA JOSÉ DA SILVA MARROCOS, natural
de Idanha-a-Velha. Casou com ANTÓNIO MANUEL SOARES CORREIA, natural de Belmonte[11]. Seu marido era filho de
Luís Mendes Fajardo Soares, natural de Belmonte, e de sua mulher D. Maria
Ludovina Soares Correia (n. 1796), nascida a 29-II-1796 em Famalicão, concelho
da Guarda; neto materno de José Soares Correia, e de sua mulher D. Ana Madalena
de Matos, ambos naturais da freguesia de Aldeia do Mato, no concelho da
Covilhã.
Filhas:
6. D. JOSEFINA MARROCOS CORREIA (1870-1964),
nascida a 28-III-1870 em Belmonte, falecida a 14-XII-1968 em Alcains. Casou a
28-V-1887 com JOSÉ PINTO TABORDA RAMOS (f. 1924), natural de Medelim[12];
filho de António Maria Taborda Ramos (n. 1845), nascido a 21-II-1845 em
Medelim, e de sua mulher D. Francisca Pinto Correia da Costa (1839-1902),
nascida em 1839 na Capinha, concelho do Fundão, e falecida a 25-II-1902 em
Alcains.
Residiram em Alcains, terra onde tinham avultado património herdado dos seus antepassados
Residiram em Alcains, terra onde tinham avultado património herdado dos seus antepassados
6. MARIA EMÍLIA MARROCOS (c. 1875). Casou
duas vezes.
As
primeiras núpcias foram com JOAQUIM GUILHERME DA CUNHA PIGNATELLI (n. 1862),
filho de Joaquim Guilherme da Cunha Pignatelli (n. 1820), natural de
Idanha-a-Nova, e de sua mulher D. Maria do Resgate Esteves da Fonseca e
Carvalho (1829-1885), 1.ª Viscondessa do Tortosendo, natural do Fundão. Deste
casamento houve geração que chegou aos nossos dias com os apelidos CUNHA
PIGNATELLI.
As
segundas núpcias foram com seu parente ANÍBAL AUGUSTO MARROCOS LEITÃO
(1878-1951),natural de Belmonte, filho de Miguel Serafim de Figueiredo Madeira
Leitão (n. 1839), natural do Teixoso, concelho da Covilhã, e de sua mulher D.
Maria da Piedade Pereira da Cunha (n. 1837), natural de Belmonte. Deste
casamento houve geração que chegou aos nossos dias.
Idanha-a-Velha, Catedral (de origem visigótica) |
Idanha-a-Velha, Torre Templária. |
§: 3
5. ANTÓNIO
DE PÁDUA E SILVA LEITÃO MARROCOS (1879-1957), de seu nome completo (§: 2, n.º 5),
era natural de Idanha-a-Velha, concelho de Idanha-a-Nova, que supomos ser filho
de António de Pádua Leitão Marrocos e de sua mulher D. Maria Emília de Castro e
Silva (n. 1842), nascida em Alcains a 5-IV-1818.
Foi o “último
morgado de Idanha-a-Velha”[13].
Nos anos 30 foi presidente da junta de freguesia desta antiquíssima localidade
que por sua iniciativa se autonomizou em 1932 da freguesia de Alcafozes a que até então pertencia, em consideração ao seu glorioso e passado histórico. Notabilizou-se
por ter sido um grande numismata[14],
assim como
coleccionador de antiguidades e de monumentos epigráficos recolhidos nas suas
extensas propriedades.
Foi senhor da Casa de Marrocos, à qual pertenciam a
quase totalidade das terras da freguesia de Idanha-a-Velha, cuja diminuta
população local era em grande parte sua assalariada, assim como da Casa de Marrocos na freguesia de
Pedrógão de São Pedro, no concelho de Penamacor.
Casou com D. MARIA EMÍLIA CAPELO MANZARRA FRANCO (1882-1955),
natural de São Miguel de Acha, concelho de Idanha-a-Nova, a qual tinha mais irmãos – o José (f. 1883) que faleceu com seis anos de idade, a Emília (f. 1887) também falecida com 6 anos de idade, o António (origem dos actuais
Salazar Manzarra), e o Frederico Manzarra –, e era filha de Jerónimo José
Manzarra (f. 1890), natural de Idanha-a-Nova, onde faleceu a 27-V-1890, e de sua mulher D. Maria Rita Capelo da Fonseca Franco, natural de Alcafozes.
Este casamento consolidou a união de famílias
proeminentes e abastadas da Beira Baixa. São elas: os MARROCOS, morgados de
Idanha-a-Velha; os MANZARRA de Idanha-a-Nova; e os FRANCOS da Capinha – todas
com vasto património fundiário herdado de gerações anteriores. Também tinham património nos concelhos de Belmonte e de Penamacor. No património de
Penamacor estava englobado o Solar de Marrocos da freguesia de Pedrógão de São
Pedro.
Idanha-a-Nova, Casa Manzarra. |
Casa Manzarra, Capela. |
Idanha-a-Velha, Museu Lapidar Egiditano. |
Filhos:
6. MARIA ALICE MANZARRA MARROCOS
(1906-1915), falecida a 23-IX-1915 com nove anos de idade.
6. ANTÓNIO CAPELO MANZARRA LEITÃO MARROCOS
(1908?-1935), aluno de Geografia na Faculdade de Letras de Lisboa quando morreu
em 1935 num acidente de automóvel junto a Tomar, tendo deixado uma pequena obra
intitulada «Idanha-a-Velha: Estudo
Antropogeográfico» (Famalicão: 1936), editada postumamente por iniciativa do
Dr. Jaime Lopes Dias que a prefaciou, pois, segundo este, o seu autor "… tinha muito a dar para o desenvolvimento da Beira Interior e
para o combate à miséria e pobreza, a avaliar pelas suas posições ideológicas".
(in
http://asp3.blogspot.pt/2004/07/idanha-velha-estudo-antropogeogrfico.html).
6. FREDERICO CAPELO MANZARRA FRANCO MARROCOS
(1918-1997), que segue.
6. FREDERICO CAPELO MANZARRA FRANCO MARROCOS
(1918-1997), nascido a 4-X-1918 na Casa
Marrocos, em Idanha-a-Velha[16],
e falecido a 10-XI-1997 em Lisboa. Foi o único herdeiro da Casa de
Marrocos e da quase totalidade de terras da freguesia de Idanha-a-Velha, assim
como da Casa de Marrocos na
freguesia de Pedrógão de São Pedro, concelho de Penamacor, por
falecimento prematuro dos dois irmãos.
Casou a 23-XI-1949 em Fátima com D.
MARIA DE LOURDES PALMA BRANCO TRIGUEIROS MARTEL SAMPAIO (1925-1949) nascida a
20-II-1925 na cidade da Beira, em Moçambique, e falecida a 25-IX-1992 em
Lisboa.
Idanha-a-Velha, Casa de Marrocos. |
Idanha-a-Velha, Casa de Marrocos. |
Tiveram:
7. D. MARIA DA GRAÇA SAMPAIO MANZARRA
MARROCOS (n. 1955), que segue abaixo.
7. D. MARIA EMÍLIA SAMPAIO MANZARRA MARROCOS
(n. 1957), nasceu a 23-IV-1957 em Idanha-a-Velha, licenciada em Ciências
Domésticas, em Madrid, Espanha. Solteira.
7. D. MARIA DA CONCEIÇÃO SAMPAIO MANZARRA
MARROCOS, licenciada em farmácia, trabalha em gestão de projectos educativos.
Solteira.
7. D. MARIA DA GRAÇA SAMPAIO MARROCOS (n.
1955) nasceu a 15-XI-1955 na Casa Marrocos em Idanha-a-Velha. Empresária agrícola, residente na Granja de São Pedro, em Alcafozes, no concelho de Idanha-a-Nova.
Casou a 22-III-1997, em Idanha-a-Nova,
com ILÍDIO NEVES CARVALHO VITAL (n. 1952), nascido a 5-IX-1952 na freguesia do
Rosmaninhal, concelho de Idanha-a-Nova.
Idanha-a-Velha; Casa de Marrocos. |
Idanha-a-Velha. |
Idanha-a-Velha, Catedral (interior). |
_____________
Notas:
Notas:
[1] O apelido MARROCOS foi tirado do lugar de
Marrocos, na freguesia de Lanhelas, concelho de Caminha. Foi um ramo desta
família que deu o nome á Quinta de
Marrocos em Lisboa, doada ao Estado para nela ser instalada um equipamento
escolar. A sucessão genealógica deste ramo vem publicada em Armando B. Malheiro
da Silva, e António Júlio Limpo Trigueiros, Sidónio
Pais, De Caminha ao Panteão Nacional (Viana do Castelo, Centro de Estudos
Regionais, 1999), pp. 203-211.
[2] João
Baptista, Carta Arqueológica da Freguesia
de Idanha-a-Velha, in «PRESERVAÇÃO», n.º 17, Associação de Estudos do Alto
Tejo (Vila Velha de Ródão, 1998).
[3] FERNANDO AFONSO GIRALDES DE ANDRADE E
MENESES (1770-1835), nascido a 10-IV-1770 e baptizado a 18 de Abril do mesmo
ano por seu tio paterno o Reverendo Francisco António Marques Giraldes de
Andrade na freguesia de Santos-o-Velho, em Lisboa, veio a falecer na Praia de
Mira e foi enterrado em São Paio de Arcos a 2-XI-1835. Formou-se em Direito na
Universidade de Coimbra e seguiu a carreira da magistratura na qual chegou a desembargador
da Casa da Suplicação, desembargador dos Agravos (1804), chanceler e governador
da Relação e Casa do Porto (1813), deputado da Mesa da Consciência e Ordens
(1789). Moço fidalgo da Casa Real (30-IV-1783), alcaide-mor de Monsanto
(7-I-1789), senhor donatário de Medelim, cavaleiro de Malta, Cavaleiro da Ordem
de Cristo (1789), comendador de São Miguel de Fornos, na mesma Ordem e conselheiro
de Sua Majestade. Por sucessão a seu pai foi o 13.º Senhor do Morgado dos
Giraldes (instituído em 1458), em
Idanha-a-Nova, ao qual já estava ligado o Morgado da Casa
e Quinta dos Arciprestes em Lisboa (instituído por volta de 1779), junto à
antiga Estrada de Entremuros (actual Rua de Artilharia Um), e o Morgado
da Tapada do Alardo (instituído em 1617).
Casou a 17-II-1791 com D. MARIA JOANA DAS DORES DE MELO SAMPAIO PEREIRA DE FIGUEIREDO E BOURBON (n. 1778), nascida a10-IV-1778 na Quinta da Graciosa, Anadia, uma das mais ricas herdeiras do seu tempo: 10.ª Morgada do Casaínho, 10.ª Senhora e 7.ª Administradora do Morgado do Ramirão, 12.ª Administradora da Capela de Casal Vasco, administradora do Prazo de Dona Briolanja, Morgada dos Botelhos e de Gonçalo, na Guarda, administradora da Capela de Vila Cova, Senhora da Casa e Morgado da Graciosa, senhora dos Prazos da Figueira de Boialvo, de Vila Nova da Rainha e da Honra de Real. Tiveram sete filhos.
Casou a 17-II-1791 com D. MARIA JOANA DAS DORES DE MELO SAMPAIO PEREIRA DE FIGUEIREDO E BOURBON (n. 1778), nascida a10-IV-1778 na Quinta da Graciosa, Anadia, uma das mais ricas herdeiras do seu tempo: 10.ª Morgada do Casaínho, 10.ª Senhora e 7.ª Administradora do Morgado do Ramirão, 12.ª Administradora da Capela de Casal Vasco, administradora do Prazo de Dona Briolanja, Morgada dos Botelhos e de Gonçalo, na Guarda, administradora da Capela de Vila Cova, Senhora da Casa e Morgado da Graciosa, senhora dos Prazos da Figueira de Boialvo, de Vila Nova da Rainha e da Honra de Real. Tiveram sete filhos.
[4] BARTOLOMEU JOSÉ NUNES CARDOSO GIRALDES DE
ANDRADE (1715-1789), sucessor nos morgados da Casa de seus pais, pelo que foi
12.° Administrador do Morgado dos Giraldes e 2 ° do Morgado dos Andrades, em
Idanha-a-Nova, tendo recebido também o Morgado dos Arciprestes que, por
escritura e acordo entre ele e seu irmão Francisco, fora incorporado no dos
Giraldes de Idanha-a-Nova. Nasceu a 30-VII-1715 e foi baptizado a 12 de
Setembro do mesmo ano em Idanha-a-Nova.
Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, após o que fez a sua habilitação
para os lugares de letras. Habilitou-se também para o Santo Ofício (3-X-1754). Foi
corregedor na comarca da Guarda e ouvidor na Alfândega de Lisboa, assim como desembargador
da Relação e Casa do Porto e desembargador dos Agravos, chanceler da Casa da Suplicação
(14-VI-1764), procurador da Real Fazenda (1765), conselheiro da Real Fazenda (1769-1782),
desembargador do Paço (24-III-1772) acumulando o cargo com o de conselheiro de
El-Rei e secretário de estado da Rainha D. Maria Ana Vitória, regedor das
Justiças (1783-1786),conservador da Junta da Administração do Tabaco e ouvidor
da Casa de Bragança. Era fidalgo da Casa Real, cavaleiro da Ordem de Malta,
cavaleiro da Ordem de Cristo e comendador de São Miguel de Fornos, no Bispado
de Viseu. Em 1789, já com 74 anos e doente, a Rainha D. Maria II recompensa-o
de todos os serviços que prestou, fazendo-lhe a mercê do Senhorio da Aldeia de Medelim “elevada
a Vila” (2-IX-1789) e a da alcaidaria-mor
de Monsanto, em duas vidas, devendo
recair a 2.ª vida no filho que lhe sucedesse. Morreu muito pouco tempo depois a
11-VII-1789 na sua Casa e Quinta dos Arciprestes, em Lisboa.
Casou a 16-VII-1768 na capela do palácio de Oeiras, do futuro Marquês de Pombal, com D. INÊS DE VERA BARBA DE MENESES (n. 1752), nascida
a 27-VI-1752, filha de Gonçalo Luís Barba Correia Alardo de Pina e Lemos e de
sua mulher D. Ana Joaquina Lourenço de Carvalho Camões e Meneses, e falecida a
6-I-1812 na Casa dos Arciprestes em Lisboa, com testamento. Tiveram nove
filhos.
[5] ANTÓNIO FREIRE DE ANDRADE (1719-1789), em
1771 solicita ao Tribunal de Desembargo do Paço licença para “unir a hum vinculo só, os dois que o seu tio
p Prior do dito lugar lhe doou, e meteo de posse” com “seus bens adquiridos”.
[6] O casamento legítimo de ANTÓNIO FREIRE DE
ANDRADE (n. 1703) foi com D. LUISA INÊS LEITÃO DE CARVALHO (c. 1685), natural
de São Miguel, Aveiro, da qual teve geração.
[7] D. MARIA
TERESA DE PROENÇA GIRALDES tinha outos irmãos, dos quais conhecemos:
1.º
– D. RITA MARIA PROENÇA GIRALDES
(1725-1764), nascida a 24-II-1725 em Pêro Viseu, Fundão, falecida a 7-VII-1764
em Medelim, a qual casou a 1-XI-1750 na igreja do Salvador da vila de Monsanto,
nas segundas núpcias do Capitão JOAQUIM XAVIER DE AVELAR (1719-1788), nascido a
25-XI-1719 em Medelim, e aí falecido a 10-XI-1788, o qual já fora casado em
primeiras núpcias com D. Antónia Agostinha, do lugar de Pedrógão de São Pedro,
no concelho de Penamacor;
2.º
– D. MARIA JOSEFA DE PROENÇA GIRALDES, que foi casada com o Capitão MANUEL
GONÇALVES SIDRAL, natural de Monsanto, união que foi breve devido ao
falecimento deste último, pois figura como viúva num baptizado ocorrido em 1751;
3.º
– DOMINGOS MARTINS PROENÇA, capitão.
[8] Sanches Roque, Alcains e a
sua História (Castelo Branco, 1970), pp. 429-430. – Com
imprecisões e erros que foram confrontadas com outros autores e informantes da família Marrocos.
[9] Sanches Roque, Alcains e a
sua História (Castelo Branco, 1970), pp. 429-430. – Com
imprecisões e erros que foram confrontadas com outros autores, assim como
informações prestadas pela própria família. A existência de vários homónimos,
ao longo de várias gerações muito próximas e muitas vezes referidos apenas pelo
primeiro e último nome, dificulta a correcta identificação de cada um deles.
[10] Loc cit.
[12] Sanches Roque, Alcains e a sua História
(Castelo Branco, e. a., 1970), pp. 429-430 (com erros).
[13] Era respeitosamente tratado por morgado pela população local, apesar de
ter nascido em 1879, já depois da extinção dos morgadios por
força do decreto de 19-V-1863.
[14] Parte da sua colecção de moedas portuguesas
foi apresentada na «Exposição do Mundo
Português» (1940).
[15] Joaquim
Baptista, «Por terras do Rei Wamba»
(in.
http://porterrasdoreiwamba.blogspot.pt/2007/02/museografia-de-idanha-velha.html.
[16] Idanha-a-Velha foi fundada no século I a.C. e
teve uma importância vital para o Império Romano que a muralhou entre os
séculos III a IV para resistir às Invasões Bárbaras. Posteriormente veio a ser
conquistada pelos visigóticos que lhe edificaram a Catedral, o Palácio dos
Bispos, o Paço episcopal e a Ponte de São Dâmaso. Posteriormente foi tomada e
destruída pelos mouros (713), nunca mais alcançando o esplendor do passado. Foi
reconquistada pelo Rei Afonso III de Leão, que a perdeu, tendo sido reconquistada
pelo Rei D. Sancho I, e doada por D. Dinis à ordem de cristo (1319).
[17] D. MARIA ANTÓNIA TRIGUEIROS MARTEL REBELO
LEITE (n. 1770), era filha de Jerónimo Trigueiros Martel Rebelo Leite
(1716-1792), capitão do Terço de Infantaria Auxiliar de Castelo Branco, e de
sua segunda mulher D. Maria Angélica Marques Goulão (1725-179).